Dois possíveis casos de varíola dos macacos são investigados pelo Ministério da Saúde em Santa Catarina e no Ceará. A informação foi confirmada pela Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS).
Um terceiro caso suspeito é investigado por autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul. Ele, contudo, não foi incluído no balanço da pasta.
Segundo o ministério, os pacientes estão isolados e em recuperação. “A investigação dos casos está em andamento e será feita coleta para análise laboratorial”, resume, em nota.
O Rio Grande do Sul investiga se um homem, que desembarcou em Porto Alegre após retornar de Portugal, no dia último dia 10, pode ter trazido a doença.
O paciente, que não teve o nome identificado, fará exames nesta segunda-feira para confirmar ou não a infecção viral.
O mais recente panorama da Organização Mundial de Saúde (OMS) contabiliza 257 casos de varíola dos macacos em 20 países fora da África. Outros 120 casos suspeitos estão sendo investigados.
A doença já foi identificada em Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Portugal, Espanha, Irlanda do Norte, Argentina, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Suécia, Áustria e Suíça.
Anvisa e Ministério da Saúde
Contra a doença, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos contra a transmissão da varíola dos macacos.
O Ministério da Saúde instalou, na segunda-feira (23/5), uma sala de situação para monitorar uma possível chegada da varíola dos macacos no Brasil.
A doença
A doença foi diagnosticada pela primeira vez em humanos em 1970 e, de acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente (homens gays ou bissexuais, em sua maioria), provavelmente é transmitida por meio do sexo sem proteção, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração.
Os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão, calafrios e bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, até cair.
A varíola de macacos é transmitida, primariamente, por contato com esquilos ou macacos infectados e é mais comum em países africanos – antes do surto atual, só quatro países fora do continente já tinham identificado casos na história.
Os cientistas acreditam que a taxa de mortalidade da doença é semelhante à da primeira cepa da Covid-19, de 1 a cada 100 infectados.
Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição (que é considerada erradicada no mundo) também serve para evitar a contaminação. Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados.
Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo.
*Com informações do Metrópoles
- Foto: Divulgação