Menos de oito meses após a invasão de garimpeiros formarem uma “cidade flutuante” no Rio Madeira, no Amazonas, ribeirinhos voltaram a relatar a movimentação de balsas e dragas de garimpo na região. A informação foi confirmada pela Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace.
Segundo a ONG, ribeirinhos e pescadores têm afirmado que as embarcações de garimpeiros foram vistas em diferentes pontos do Rio Madeira, em áreas que abrangem os municípios de Autazes e Novo Olinda do Norte.
Em novembro do ano passado, garimpeiros amontoaram centenas de balsas e dragas em um trecho do rio, e formaram uma “cidade flutuante”. O episódio teve repercussão mundial.
Na ocasião, moradores da região relataram que os garimpeiros foram atraídos pela informação de que haveria ouro naquele ponto específico, também situado em Autazes.
Após a repercussão e opinião de diferentes setores da sociedade civil, a PF deflagrou uma operação que resultou na destruição de mais de 130 embarcações utilizadas por garimpeiros.
Na época, tanto o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) quanto o Ministério Público Federal (MPF) informaram que atividades de exploração mineral naquela região não estavam licenciadas, portanto, eram irregulares.
Além disso, o MPF destacou que a extração de ouro na área não possuía título de lavra emitido pela Agência Nacional de Mineração, o que torna essa atividade ilegal. O MPF informou que determinou a instauração de procedimento para apuração do caso.
Impactos e conflitos
Segundo o Ipaam, órgão de fiscalização e controle do estado do Amazonas, além da mineração, pode haver outras possíveis ilegalidades que devem ser investigadas, como: mão de obra escrava, tráfico de drogas, contrabando e problemas com a capitania dos portos.
O garimpo ilegal no Rio Madeira também causa poluição nas águas, com potencial para ocasionar lesões nos órgãos de quem se alimenta por peixe contaminado, já que pode apresentar sintomas crônicos do minério no corpo.
*G1 Amazonas
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