Devido às altas taxas de queimadas de florestas, o mês de agosto vem ganhando proporções “calorosas” já no início do mês em Rondônia. Inclusive, o estado aparece em quarto lugar no ranking dos estados da região Norte que mais teve focos de calor logo na primeira semana do mês, registrando cerca de 105 ocorrências de incêndios florestais, gerando um grande perigo para o meio ambiente.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que agosto segue a mesma propensão que o mês passado, que fechou com o pior recorde desde o início do ano, registrando mais de 550 pontos de calor identificados por imagens de satélite, superando todo o primeiro trimestre de 2022.
Avanço das queimadas
O estado de Rondônia, terceiro maior do Norte brasileiro, só perdeu, nesta primeira semana de agosto, para o Tocantins, com 300 focos; para o Amazonas, que teve quase 650 e, para o estado do Pará, que liderou com mais de 900 pontos de calor identificados pelo monitoramento do Inpe.
Mais da metade dessas ocorrências, 54,3%, se deu em Porto Velho, mas a conta é dividida com outros 14 municípios. Candeias do Jamari, distante apenas 25 quilômetros da capital, onde boa parte da receita provém da agricultura e da produção leiteira, foi como se o município incendiasse três áreas de mata por dia: foram 21 registros somente entre 1º e 7 de agosto. Já na outra ponta do Estado, aparece, em terceiro lugar, Pimenteira do Oeste, com nove focos de calor nesse período.
Rondônia em quarto lugar no ranking de queimadas
Nem as Áreas Protegidas (APs) escapam do rastro do fogo. A Floresta Nacional (Flona) de Jacundá, criada em 2004, sofreu com três queimadas. A reserva se espalha por mais de 220 mil hectares, entre Porto Velho e Candeias.
O avanço do fogo também se torna uma ameaça para populações originárias e tradicionais, visto que a Terra Indígena (TI) Roosevelt, onde vivem as etnias Apurinã e Cinta-Larga, com mais de 1.800 pessoas, também teve área consumida pelas chamas, nesta primeira semana do mês.
Só esses primeiros sete dias equivalem a tudo o que foi queimado, em Rondônia, há dois meses, em junho, com a diferença de apenas uma ocorrência: naquele mês, foram 106 registros.
Mais um recorde negativo
Apesar de números tão alarmantes, julho foi ainda mais devastador, pois, em apenas 31 dias, superou todas as ocorrências acumuladas em seis meses: 555 queimadas; 175 a mais que no primeiro semestre do ano, que fechou com 380 pontos de calor identificados.
Da Redação com informações da Revista Cenarium
Fotos: Reprodução | Capa: Neto Ribeiro