quinta-feira, setembro 19, 2024

Política – Em entrevista ao JN, Bolsonaro afirma que vai respeitar o resultado das urnas ao fim das eleições

Em entrevista concedida ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta segunda-feira (22/8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que vai respeitar o resultado das urnas ao término das eleições deste ano. Na ocasião, ele disse, ainda, que será colocado “um ponto final nessa história, independente do resultado, se for eleito ou não”.

“Bora colocar um ponto final nisso e passar para a outra pergunta”, disse Bolsonaro para finalizar a questão. Nesse momento, o apresentador William Bonner disse que, pela primeira vez, o presidente falava em rede nacional para milhões de brasileiros que iria respeitar o resultado das urnas.

“Fique Tranquilo! Teremos eleições. O ministro Alexandre de Moraes [presidente do TSE] acabou de assumir. Amanhã ele tem um encontro, pelo que me parece, com o ministro da Defesa [Paulo Sérgio Nogueira] para tratar desse assunto: transparência eletrônica. Eu tenho certeza que o ministro Alexandre de Moraes, ele vai conversar e chegar a um consenso dessa questão de eleições. Agora, eu tive que provocar para que chegasse esse tempo. Pode ter certeza que nós vamos ter eleições limpas e transparentes”, pontuou Bolsonaro.

Xingamentos a ministros do STF

Ao ser questionado sobre xingamentos feitos aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo apresentador William Bonner, o chefe da nação chegou a dizer que o jornalista estava falando uma fake news e que ele não havia feito tais xingamentos.

“Primeiro, você não está falando a verdade, isso não existe, isso é fake news da sua parte, e outra coisa eu quero a transparência das eleições e vocês não leram o inquérito da Polícia Federal, que está inconcluso”, disse Bolsonaro a Bonner, falando que as urnas são inauditáveis, a partir da denúncia de fraude de que um hacker havia invadido o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o tribunal apagou, segundo ele, os logins de acesso em 2018.

Após a resposta, Bolsonaro foi desmentido por Bonner que disse que o presidente havia xingado um ministro de “canalha” ele desconversou e disse que Bonner havia dito que ele xingou ministros e que ele pontualmente xingou apenas um ministro.

Pandemia

Ao ser questionado pela jornalista Renata Vasconcelos pelos momentos mais difíceis da pandemia da Covid-19 no Brasil, em que o presidente falou a frase: “E daí eu não sou coveiro”, se referindo aos números de mortes, além de ter desestimulado a vacinação ao associar a questão de quem se vacinasse viraria “jacaré”, fazendo gestos de falta de ar, se o presidente não temia ser responsabilizado pela história, Bolsonaro disse a jornalista que só não se vacinou quem não quis e disse que a vacinação ocorreu de forma mais rápida do que em outros países.

Sobre a questão de “virar jacaré”, Bolsonaro disse que usou uma figura de linguagem e culpou o lockdown, que disse que a medida atrapalhou a economia e mais pessoas se contaminaram estando em casa.

A cidade de Manaus também foi citada pela jornalista sobre a crise da falta de oxigênio e que houve erros na logística e gestão do então ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello. Bolsonaro negou a informação.

“Negativo, negativo, negativo. Em menos de 48 horas estavam chegando já cilindros em Manaus, lá foi uma coisa atípica, que aconteceu de uma hora para outra. Menos de 48 horas cilindros começaram a chegar em Manaus de alguns pontos do Brasil. Fizemos a nossa parte, não faltou, da nossa parte, recursos bilionários para governadores e prefeitos enfrentarem a Covid”, disse Bolsonaro.

Renata Araújo contestou o prazo de 48 horas e disse que a cidade de Manaus ficou mais de uma semana praticamente sem oxigênio.

Meio Ambiente

Sobre a Amazônia, em 2020, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles pediu para “passarem a boiada”, na tentativa de desmatar a Amazônia uma vez que a pandemia da Covid-19 estava acontecendo e que a fiscalização ambiental ia ser menos rígida.

“Eu tentei, nos primeiros dois anos de mandato, fazer a regulação fundiária, para saber, por exemplo, qualquer local desmatado ou com foco de calor, de quem é o CPF daquela propriedade, mas o presidente da Câmara não colaborou para botar essa proposta adiante”, disse o chefe da nação.

Ao ser questionado sobre o apoio à política de desregulamentação, Bolsonaro desconversou, falou em projeto de latifúndio e disse que os incêndios em sua grande maioria são provocados por ribeirinhos e outras são ações criminosas.

“Grande parte disso aí é criminoso, e eu sei disso. A outra parte não é criminoso, é o ribeirinho que toca fogo ali na sua pequena propriedade”, disse.

No governo de Bolsonaro, a taxa anual de desmatamento da Amazônia saltou de 7,5 quilômetros quadrados para 13 mil quilômetros quadrados, até 2021. Levantamento do Mapa e Biomas 97% dos alertas de desmatamento não foram fiscalizados pelos órgãos ambientais.

Ainda na entrevista, o presidente Bolsonaro foi questionado sobre economia, sobre a aliança com o “Centrão” e da confiança do eleitor em suas propostas.

“Você está me estimulando a ser ditador. Porque o Centrão é 300 deputados. Se eu deixá-los de lado, eu vou governar com o quê? Não vou governar com o Parlamento. São 513 deputados, 300 são de partidos de Centro, e os do lado de lá, os 200 que sobram são PT, PCdoB, Psol, Rede, não dá para conversar com eles”, ressaltou.


O Convergente
Foto: Reprodução | Capa: Neto Ribeiro

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