segunda-feira, outubro 7, 2024

Brasil – Do emo ao pop-punk no Rock in Rio, nova geração abraça o som de Avril Lavigne, Fall Out Boy e Green Day

Se a Cidade do Rock não tivesse ficado vazia entre 2001 e 2011, provavelmente teria shows épicos de artistas emo. O período em que o Rock in Rio não aconteceu no Brasil coincidiu com o auge de astros do emo. Mas, como diz Badauí, do CPM 22: “o mundo dá voltas”.

Avril Lavigne, Fall Out Boy e Green Day chegam ao festival em uma época de “revival” do emo entre o público jovem. O som do pop-punk e do hardcore emotivo foi redescoberto por uma nova geração.

O dia 9 de setembro ganhou o apelido de “dia emo” do festival, com os três artistas estrangeiros no line-up. O CPM 22, ícone brasileiro do estilo, toca um dia antes no festival.

Mas como é que os emos voltaram ao topo? O podcast G1 ouviu e explicou esse retorno – tem a ver com nostalgia e inovação no TikTok e com parcerias com o hip-hop. Isso impulsionou os antigos e novos ídolos do emo e de seu estilo irmão, o pop-punk.

O termo pop-punk carrega uma contradição interna: o pop bonzinho junto do punk revoltado. A origem está nos anos 70, ainda no início do punk, quando bandas como Buzzcocks levavam aquela raiva para um lado mais romântico e adolescente. Por baixo do som áspero tinha uma canção redondinha.

Mas o termo ficou bem importante e virou fenômeno comercial nos anos 90. Depois do grunge, no mundo pós-Nirvana, o que todo mundo queria era esse som com alma alternativa e tino popular. O pop-punk do Offspring e do Green Day era perfeito para isso.

Foi só o começo de uma era de ouro que durou 15 anos. Em 1999, veio a explosão do Blink-182. Era um pop-punk moleque que tinha na bateria um cara chamado Travis Barker. Ele viria a ser fundamental na geração 2021.

Emo-pop

Para engrossar a boa fase daquela época, veio a onda emo. O estilo surgiu na cena de hardcore de Washington, nos Estados Unidos, com músicas super barulhentas e sofridas. Foi ficando mais acessível no início dos anos 2000 e gerou o emo-pop – que dá para chamar também de pop-punk.

Vieram bandas fortes como Fall Out Boy, My Chemical Romance, Panic! at the Disco, Paramore… Não demorou para aparecerem, no Brasil, bandas como Fresno, CPM22 e Hateen.

Mas, lá para 2009, essa fórmula estava mais que desgastada. E o rock em geral já estava perdendo para o rap o gosto do público adolescente. Foi aí que o pop-punk quase sumiu.

As bandas maiores até mantiveram o fã-clube e variaram o som, como o Green Day ou o Paramore – e, por aqui, a Fresno. Mas, para o público geral, o estilo era coisa do passado.

Travis onipresente

Mesmo assim, muita gente continuou bem ativa, como o já citado Travis Barker. O Blink 182 já estava em baixa e ele tinha feito reality show e quase morreu de acidente de avião – parecia um rockstar em queda livre. Mas ele começou a fazer muitas parcerias na eletrônica e no rap.

Travis sacou que os DJs e MCs faziam um som que o antigo público do pop punk queria ouvir. O que tinha sobrado do espírito emo estava no rap.

O emo rap revelou MCs muito novos que juntavam o hip hop ao romantismo fatalista do emo. Pena que a tragédia não estava só nas letras, e os maiores ídolos morreram cedo: o Juice Wrld e o Lil Peep aos 21 anos e o Xxxtentación aos 20.

Travis Barker tocou em uma das faixas do disco póstumo do Xxxtentación, “Skins”, e remixou uma parceria póstuma dele com Lil Peep, “Falling Down”.

Esse rap feito com jeito de pop-punk continuou sendo feito – e o Travis estava sempre na área. Ele produziu, por exemplo, o rapper Trippie Red e o cantor punk Mod Sun, que virou parceiro de uma musa da geração pop-punk anterior: Avril Lavigne.

Para conferir a programação completa do Rock in Rio 2022, clique aqui.


Portal G1
Fotos: Divulgação | Capa: Neto Ribeiro

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