sábado, outubro 5, 2024

Amazonas – Em meio a denúncias no Dsei Manaus, conselheiros indígenas ‘silenciam’ e evidenciam suposta ‘aliança política’ com Januário Neto

Nos últimos meses, o Portal O Convergente recebeu uma série de denúncias relacionadas a gestão do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena em Manaus (Dsei Manaus), enfermeiro Januário Neto, quanto as ações relacionadas a supostas fraudes em processos seletivos, possível favorecimento de empresários e aliados políticos em licitações, bem como o suposto superfaturamento em algumas contratações licitatórias. Apesar disso, muitos coordenadores e pessoas ligadas aos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (CONDISI), “silenciaram” quanto ao assunto.

O CONDISI, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, é responsável por fiscalizar, debater e apresentar políticas para o fortalecimento da saúde em suas regiões.

O Convergente entrou em contato com algumas pessoas atuantes no Conselho, que representam os municípios aos quais estão na jurisprudência do Dsei Manaus, e a maioria não respondeu aos questionamentos feitos em relação ao que foi denunciado ao O Convergente nesse período. O que pode evidenciar uma suposta “aliança política” com Januário Neto em torno do assunto.

Entre os questionamentos feitos estavam alguns dos pontos denunciados ao O Convergente como o possível favorecimento de empresas em licitações, a má gestão e a falta de atendimentos corretos as comunidades indígenas atendidas pelo Distrito Sanitário de Manaus, além de supostas fraudes em processos seletivos para “favorecer” amigos e aliados.

Sobre o assunto, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Manaus, Kleuton Munduruku, disse que foi eleito recentemente e está fazendo alguns diagnósticos de trabalho do controle social para se situar. Como “os contatos vigentes e os não vigentes, diárias, combustível, funcionários lotados, convênio com as empresas terceirizada etc. Daí com clareza buscar os órgãos de controles”, disse ele ao falar ainda que sua função é fiscalizar e que está há três semanas na função.

Ele foi um dos poucos que respondeu ao questionamento, bem como o conselheiro indígena de Manaquiri, Pedro Santana. O Conselheiro defendeu Januário Neto afirmando que “o coordenador do DSEI Manaus tem trabalhado muito e tem sido o melhor coordenador. As denúncias são infundadas, sem preferências e sem provas. Ele vem fazendo um grande trabalho inclusive no meu município”, afirmou.

Outros conselheiros ligados ao CONDISI, como os ligados aos municípios de Careiro Castanho e Anamã, bem como de outras comunidades do interior do Estado, não retornaram as mensagens enviadas pela equipe de reportagem do portal. Também foi o caso de uma liderança indígena, identificada como Jonas Mura, do município de Silves, que segundo fontes do O Convergente, faz parte do conselho na cidade, também não respondeu os questionamentos.

Processo seletivo e suposta fraude

Uma das denúncias mais recentes enviados ao O Convergente apontou um suposto esquema de fraude durante o processo seletivo, feito em 2021, para a contratação de profissionais de saúde para atuar junto ao Dsei Manaus.

Conforme a denúncia, amigos e pessoas ligadas a políticos do Estado teriam sido beneficiados no esquema supostamente feito entre Januário e uma ONG.

De acordo com a denúncia, feita também ao Ministério Público Federal (MPF), pelo menos 12 pessoas teriam sido “favorecidas” no processo e sido “beneficiadas” com informações privilegiadas para serem aprovadas na seleção.

Questionado sobre o assunto à época da publicação das matérias, Januário Neto, diferente de outras denúncias e questionamento, não respondeu a demanda do O Convergente até a publicação do material jornalístico.

Outras denúncias

Uma série de outras denúncias relacionadas a contratos supostamente superfaturados e compras “suspeitas”, como o gasto com a contratação de uma empresa especializada em locações de veículos, por mais de R$ 1,9 milhões, no ano passado, e uma despesa estimada em pouco mais de R$ 75 mil em uma loja especializadas em produtos de piscina, também foram alvo de denúncias feitas ao O Convergente.

Ainda no início de agosto, uma outra denúncia, feita ao O Convergente, apontou que o coordenador teria favorecido uma empresa em um contrato para compra de passagens fluviais. Só com o serviço feito pela empresa foram gastos mais de R$ 500 mil, apenas nos primeiros seis meses do ano.


O Convergente
Fotos: Divulgação | Capa: Neto Ribeiro

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