domingo, julho 7, 2024

Brasil – “Tia, e agora? O que a gente vai fazer?” – Menina de 11 anos engravida pela segunda vez após ser vítima de estupro

Segundo o relato da conselheira tutelar Renata Bezerra, a reação da menina de 11 anos foi de espanto ao descobrir que engravidou pela segunda vez após ser violentada.

Há um ano, também depois de ser vítima de um estupro e não ter realizado o aborto legal, a que tinha direito, ela deu à luz. De acordo com a conselheira, a menina disse querer fazer um aborto e que sonha voltar à sala de aula.

A Polícia Civil do Piauí vai investigar se houve crime de negligência dos pais e das autoridades em relação ao caso. Exame realizado na última sexta-feira, 09/09, no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, da Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, constatou a gravidez de três meses.

A menina estava há um mês em um abrigo público, segundo a conselheira, após brigas e desentendimentos com os pais. Como eles se separaram, ela vivia alternadamente nas duas casas.

Na primeira gravidez, a mãe dela, uma dona de casa de 29 anos, disse à reportagem que não permitiu o aborto porque o médico que atendeu a filha havia afirmado que não era mais possível submetê-la ao procedimento, pois ela e o bebê corriam risco de morte. A mãe não soube dizer o nome do profissional.

Nesta segunda-feira, 12/09, a mãe disse à reportagem que é contra também a interrupção nesta segunda gravidez, porque entende que aborto é crime e que ela pode criar o segundo neto.

“Na primeira e segunda gestação, ela (vítima de 11 anos) deu sinal de que queria o aborto, mas em casa a mãe bateu o pé que não, então, ela ficou calada. Ela estava sonhando em retornar à sala de aula, fazendo planos para estudar, trabalhar e cuidar do primeiro filho”, disse a conselheira à reportagem.

A menina, novamente violentada, está ainda mais calada, segundo Bezerra. “Ela está arredia, não é muito de conversar, mas a gente vê no olhinho dela que está abalada. Quando a médica falou que tinha testado positivo, ela se virou e perguntou para mim: ‘Tia, e agora? O que a gente vai fazer?”, disse a conselheira.

A conselheira disse que após o exame na maternidade, o pai da menina, que a acompanhava, afirmou que tomaria conta dela.


  • Fonte: Da redação com informações da Cenarium
  • Foto: Divulgação

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