domingo, julho 7, 2024

Economia – Preço dos alimentos continuam subindo mesmo com a redução da gasolina

Nos últimos dois meses a redução no preço da gasolina, influenciada pela mudança no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e por reajustes nos preços de revenda da Petrobras, trouxe um certo “alívio” para o consumidor e até influenciou na queda da inflação, conforme dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, o que muitos consumidores têm se perguntando é porque o impacto dessa redução não é sentido em outros produtos de consumo, como os alimentos.

A dúvida em questão, segundo especialistas no assunto, está relacionada ao preço do diesel que tem um foco mais comercial e é empregado em caminhões para transporte ou na indústria. O que reflete diretamente no preço do frete, que acaba sendo embutido no preço dos produtos quando os mesmos são colocados nas prateleiras dos consumidores.

“A redução do preço gasolina, ela não tem um impacto no preço dos alimentos porque o frete, que justamente traz o produto para nosso estado, ele é feito através do diesel e o diesel não teve grande redução. Por causa disso a gente não tem percebido esse impacto nos preços. Agora no momento que a gente tem aí uma redução substancial no preço do diesel, consequentemente o preço do frete vai baixar e a tendência é que os preços dos alimentos, que dependem desse frete, sejam reduzidos também”, explicou o economista e presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Marcus Evangelista.

O economista Alison Rezende aponta outros aspectos que trazem reflexo no preço dos alimentos, como os fatores de sazonalidade e exportação. “A redução no preço dos combustíveis não chega a alcançar rapidamente o preço dos alimentos. Primeiro que nós temos a questão sazonal de alguns produtos, que também eleva o preço. E muitos produtos da cesta básica não são produzidos na cidade de Manaus. Vem de fora. Principalmente a parte de carnes, seja bovina, suína ou de frango. E esses produtos estão com os preços elevados devido à exportação”, explicou o especialista ao citar os impactos refletidos pela pandemia.

“Então há todo um conjunto de elementos que envolvem a elevação de preços dos alimentos. Agora estamos sentindo o aumento do leite, que reflete no preço de todos os seus produtos e derivados. Então a redução dos combustíveis impactou com os gastos das famílias com o transporte e não com alimentação. Alimentação tem outros elementos que impactam no aumento e não só o combustível”, ressaltou Rezende.

Deflação

Dados do IBGE, divulgados no início de setembro, mostraram que a queda dos preços dos combustíveis foi um dos principais responsáveis pela queda da inflação no mês de agosto.

Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontaram que os preços dos combustíveis em geral caíram 10,82% em agosto, com destaque para o recuo de 11,64% no valor médio do litro da gasolina. O gás veicular teve redução de -2,12%, o óleo diesel de -3,76% e o etanol -8,67%.

O dado positivo nesse aspecto, porém, não foi o mesmo identificado no preço de alimentos. Isso porque, conforme o levantamento, enquanto os combustíveis tiveram fortes quedas no mês, os preços de muitos produtos alimentícios continuaram subindo.

De acordo com o IBGE houve altas em componentes importantes na cesta das famílias, como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). Por outro lado, ocorreram quedas expressivas nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).

Além disso, o preço do leite longa vida, que havia subido 25,46% em julho, caiu 1,78% em agosto, contribuindo com -0,02 p.p. no índice do mês.

Alta diesel

Apesar de o preço do litro do diesel está incluído no levantamento do IBGE, o preço do produto não apresentou uma queda significativa. É o que apontou um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ao citar os impactos dos preços dos combustíveis influenciados pelo conflito da guerra da Rússia e Ucrânia.

Conforme a ANP, antes do conflito o litro do diesel era vendido a R$ 5,59 e agora está em R$ 6,93 dependendo do local.

No Amazonas, por exemplo, um levantamento feito pelo órgão na primeira semana de setembro mostrou que o litro do produto chega a ser revendido por R$ 8,15.

O levantamento do órgão foi feito entre os dias 4 e 10 de setembro em 33 postos de combustíveis em diferentes municípios do Estado.


  • Fonte: O convergente
  • Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis

 

 

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