terça-feira, julho 2, 2024

Mundo – Comissão de Inquérito Internacional diz que houve crimes de guerra na Ucrânia

JA Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Ucrânia revelou que foram cometidos crimes de guerra no país. O grupo divulgou uma atualização sobre seu trabalho, na sexta-feira, 23/9, um dia antes de o ataque russo ao país completar sete meses.

Criada em março pelo Conselho de Direitos Humanos para realizar uma investigação dos acontecimentos nas áreas de Kyiv, Chernihiv, Kharkiv e Sumy, a Comissão é independente e imparcial.

Mais covas descobertas

Os três peritos manifestaram preocupação com o sofrimento que o conflito armado impôs à população civil, ressaltando o número de mortos e feridos, refugiados e deslocados internamente. Além da recente descoberta de mais covas que ilustram a gravidade da situação.

Em Kyiv, Chernihiv, Kharkiv e Sumy, a Comissão visitou 27 cidades e assentamentos e entrevistou mais de 150 vítimas e testemunhas. Os peritos estiveram em locais de destruição, sepulturas, detenção e tortura, e viram de perto restos de armas que foram inspecionados.

A Comissão consultou um grande número de documentos e relatórios e se reuniu com autoridades governamentais, organizações internacionais, sociedade civil e outras partes interessadas.

Uso de explosivos em áreas povoadas

Eles disseram ter observado, em primeira mão, os danos que explosivos causaram a edifícios residenciais e à infraestrutura, incluindo escolas e hospitais. Na cidade de Kharkiv, bombas arrasaram áreas inteiras da cidade.

De acordo com o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, a maioria das mortes registradas foi causada pelo uso dessas armas. Para eles, essa destruição em massa é um dos fatores que explicam por que um terço da população ucraniana foi forçada a fugir.

Ataques indiscriminados

De acordo com as investigações, vários ataques foram realizados sem distinção entre civis e combatentes, incluindo o uso de bombas de fragmentação e ofensivas aéreas a áreas povoadas.

Os membros da Comissão ficaram impressionados com o grande número de execuções nas áreas visitadas. O grupo está atualmente investigando essas mortes em 16 cidades e assentamentos.

Eles alertam ainda para elementos comuns nesses crimes, que incluem a detenção prévia das vítimas, assim como sinais visíveis de execuções, como mãos amarradas nas costas, ferimentos de bala na cabeça e gargantas cortadas.

Maus-tratos e torturas

Testemunhas relataram maus-tratos e tortura, que foram realizados durante o confinamento ilegal. Algumas das vítimas disseram que, após a detenção inicial pelas forças russas na Ucrânia, foram transferidas para a Rússia e mantidas por semanas em prisões.

Eles descreveram espancamentos, choques elétricos e nudez forçada, além de outros tipos de violações. Depois de terem sido transferidos para detenção na Federação Russa, algumas vítimas desapareceram.

A Comissão relatou ainda que, nessas áreas investigadas, também foram documentados dois incidentes de maus-tratos contra soldados russos por forças ucranianas. Embora poucos, esses casos continuam sendo foco de atenção do grupo.

Violência sexual e de gênero

A Comissão Internacional de Inquérito descobriu ainda que alguns soldados russos cometeram crimes de violência sexual e de gênero. Esses atos representaram diferentes tipos de violações de direitos, incluindo violência sexual, tortura e tratamento cruel e desumano.

Há exemplos de casos em que parentes das vítimas foram forçados a presenciar os crimes. A idade das vítimas de violência sexual e de gênero varia de quatro a 82 anos.

A Comissão documentou estupros de menores, crianças torturadas e confinadas ilegalmente, e menores mortos e feridos em ataques indiscriminados com armas explosivas.

O grupo alerta que a exposição a repetidas explosões, crimes, deslocamento forçado e separação de familiares afetou profundamente o bem-estar e saúde mental dessas crianças.

Continuação das investigações

A Comissão informou que continuará sua investigação nas quatro regiões. As questões de interesse incluirão campos de filtragem, suposta transferência forçada de pessoas e as condições sob as quais a adoção acelerada de crianças está ocorrendo.

Eles agradeceram pelo acesso e cooperação concedidos pelo Governo da Ucrânia, mas lamentaram as tentativas fracassadas de estabelecer um diálogo construtivo com as autoridades Rússia.

A resolução para formação da Comissão foi aprovada no Conselho de Direitos Humanos em março de 2022. O grupo ficou responsável por investigar todas as alegações de violações e abusos dos direitos humanos e do direito internacional humanitário na Ucrânia.


  • Fonte: ONU
  • Foto: Divulgação

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