Uma pesquisa realizada pela empresa de comunicação corporativa FSB, encomendada pela companhia de saúde SulAmérica, apontou que 6 em cada 10 brasileiros que fazem terapia iniciaram o tratamento durante a pandemia. O estudo foi realizado em setembro de 2021, com uma amostra de 2.010 entrevistas online em todas as 27 Unidades da Federação (UF) abordando dados da saúde física, emocional e financeira da população brasileira.
“A pesquisa mostra que a saúde emocional da população brasileira está ‘na UTI’ e deve se tornar uma preocupação cada vez maior: 60% dos entrevistados que se consultam, hoje, com psicólogos começaram a fazer terapia depois do início da pandemia “, destaca o estudo com foco na saúde integral.
Na análise do psicólogo Adan Silva, o aumento na demanda por ajuda psicológica no período pós-pandemia se deve ao tempo de afastamento e isolamento durante o pico da doença e por conta de uma readaptação em um cenário de “novos modos” de convívio social.
“Esse aumento tem a ver também com esse marco temporal que foi o período de afastamento e isolamento. As pessoas estão aprendendo, novamente, a conviver, o que realmente está mal-acabado, e nesse retorno foi preciso aprender a lidar com a situação do dia a dia e social, e quem já não tinha uma saúde pública de qualidade e com equidade se viu, infelizmente, com a saúde piorada, até porque o próprio sistema se viu abalado por conta da pandemia”, explica o profissional.
Outros Dados
Em abril deste ano (2022), a Associação Brasileira de Psiquiatria já informava um aumento na procura por consultas na área psicológica. Dentre os 59% dos associados houve um aumento de até 25% nos atendimentos. Casos de depressão e ansiedade são os mais diagnosticados, seguidos de outras somatizações e até mesmo casos de “Burnout” (esgotamento) e o uso abusivo de álcool e droga.
“A pandemia acabou sendo um marco não só por conta do isolamento que foi feito, mas também na vulnerabilidade de quem já mantinha as condições necessárias de ter uma vida e renda dignas, e isso se reflete também na questão do acesso. Lembro também que sem investimento não temos como melhorar o SUS, ainda que seja, de longe, a melhor das opções para a população brasileira que busca por outros canais de acolhimento e atendimento”, explica.
Segundo o Ministério da Saúde, até abril deste ano, Manaus era a quarta capital da Região Norte com maior número de adultos que relataram ter diagnóstico de depressão. A capital amazonense apresentava 10,2% de frequência na população acima de 18 anos, até então. A região só perdeu para Palmas, Porto Velho e Boa Vista.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), até maio de 2021, a cidade registrou o dobro de atendimento psicológico em relação ao mesmo período de 2020, passando dos 43 mil. O levantamento mostra que em 2020 foram 20.269 atendimentos e 43.723 atendimentos em UBS’s no ano passado. Aos que desejam atendimento, as unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e a relação completa das unidades básicas de saúde estão disponíveis na página da Semsa.
- Fonte: Cenarium | G1
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