Erika Hilton (PSOL – SP), Duda Salabert (PDT – MG) e Robeyoncé (PSOL – PE) foram eleitas a deputadas federais pelos seus respectivos Estados.
As mesmas ocupam, atualmente, cadeiras na Câmara Municipal de São Paulo, Belo Horizonte e Pernambuco (como integrante de um mandato coletivo).
Erika Hilton, de 26 anos, entrou na política em 2018, fez parte da Bancada Ativista, primeiro mandato coletivo eleito na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e foi a mulher trans mais bem votada do Brasil para vereadora, com 50.508 votos. Atualmente, preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo e esteve à frente da CPI que investigou a violência contra pessoas trans do País. À época, atuava ao lado de nove outras filiadas do PSOL e da Rede.
Com a causa LGBTQIA+ sendo a principal pauta da campanha, Erika prometeu aplicar R$ 5 bilhões para enfrentar a fome, defender as universidades públicas e a produção científica do País. Na saúde, quer enfrentar os aumentos nos valores dos planos de saúde e defender o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Precisamos de vozes e projetos políticos que incorporem a necessidade das favelas, das quebradas e das esquinas. Queremos uma realidade onde possamos existir sendo quem somos, do jeito que somos”, disse a parlamentar.
Já Duda Salabert, com 41 anos, se lançou na política em 2018, quando buscou uma vaga no Senado Federal. Embora não tenha sido eleita, na época filiada ao PSOL, a professora fez história por ter sido a primeira pessoa trans a participar da disputa para uma vaga do tipo.
Em 2020, decidiu apostar numa vaga para a Câmara dos Vereadores da capital mineira. A professora não apenas foi eleita a primeira parlamentar trans belo-horizontina, como se tornou na época a vereadora mais bem votada da cidade, com 37.500 eleitores – quase 12% do total dos votos. Ela foi a terceira candidata mais votada do estado, e a primeira mulher, com 208.332 votos.
Robeyoncé Lima, 33 anos, é a primeira advogada trans negra de Pernambuco e já atuou como codeputada estadual do estado. Suas propostas são voltadas a temas como desencarceramento, renda básica universal e políticas públicas para comunidades LGBTQIA+ e mães solo.
Neste ano, Erika, Duda e Robeyoncé decidiram levar o ineditismo para âmbito federal. E não foram as únicas. Embora nunca tenha eleito um candidato trans ou travesti, o Brasil teve nas eleições deste ano o maior número de candidaturas. Em março, um levantamento do GLOBO já mostrava que ao menos 11 partidos lançariam nomes próprios da comunidade para disputar um cargo
- Fonte: Revista Cenarium
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