O último embate entre os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), realizado pela Rede Globo, na noite desta sexta-feira, 28/10, não passou muito do “mais do mesmo”, e como em debates anteriores os dois postulantes à vaga de presidente continuaram sem mostrar muito o que pretendem fazer nos próximos quatro anos pela população brasileira e pelo país.
O primeiro bloco do embate foi marcado com temas ligados à economia, como salário mínimo, inflação, Bolsa Família, Auxílio Brasil, políticas externas, além de mentiras contadas durante a campanha eleitoral. Lula e Bolsonaro falaram de seus governos e se acusaram de mentirosos, em meio às discussões sobre propagação de supostas notícias sobre o não reajuste do salário mínimo e o término do pagamento do 13º salário e de horas extras dos trabalhadores, que segundo Bolsonaro foi feita por apoiadores de Lula.
Já Lula trouxe mais uma vez à tona os 51 imóveis comprados pela família de Bolsonaro com dinheiro vivo, porém os questionamentos de ambos os candidatos ficaram sem respostas.
Combate à pobreza, pandemia, Auxilio Brasil, alfinetadas sobre o Bolsa Família e a “censura” da imprensa, foram alguns dos temas abordados no segundo bloco do debate. Lula destacou alguns dados sobre a fome no Brasil e questionou Bolsonaro sobre o tema, que voltou a negar que as pessoas passam fome no país e que o Auxílio Brasil mudou a realidade de famílias brasileiras.
As ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a decisão referente à concessão ao direito de respostas à Jovem Pan, referente às publicações e falas sobre as ações judiciais envolvendo o ex-presidente Lula, também foram debatidos nesse bloco. “A Jovem Pan por acaso é aquele seu canal de TV? Advogados do PT entraram com pedido de isonomia, direito de resposta. Você sabe o que é isonomia?”, questionou Lula ao falar sobre o caso e alfinetar Bolsonaro.
Já o terceiro bloco foi marcado por muitos embates entre os dois candidatos e dessa vez o foco foi sobre saúde, pandemia da Covid-19, segurança pública e cortes no orçamento quanto ao repasse de recursos para as Farmácias Populares em todo o país. Lula chegou a afirmar que Bolsonaro não tinha feito nada para a melhoria da saúde no Brasil e Bolsonaro, por sua vez, acusou Lula de repassar dinheiro para Cuba, por meio do Programa Mais Médico.
O quarto e último bloco foi debatido temas relacionados ao meio ambiente, como as condições climáticas, desmatamentos, além da criação do PIX e assuntos relacionados à economia e infraestrutura, citados nos blocos anteriores.
Também foram citados durante o debate, temas como corrupção, violência, o caso Roberto Jefferson, compra de Viagra, política armamentista e apoio ao aborto, quando Lula relembrou que Bolsonaro já foi a favor do tema há 30 anos.
Considerações finais – Já nas considerações finais, Lula falou em reconstrução do país e que depende do eleitor para que ele volte a ser presidente do Brasil e o país voltar a ter harmonia. “Eu poderei ser o próximo presidente da República para restabelecer a harmonia nesse país. Possivelmente, os melhores momentos que esse país já viveu, nessas últimas décadas foi no tempo que eu governei esse país, porque não tinha briga, não tinha confusão, não tinha ódio”, disse.
Já Bolsonaro aproveitou para fechar o debate agradecendo a Deus e defender valores cristãos e nacionalistas em sua última participação em um debate presidencial neste ano. Porém, ao dizer que estava pronto para um novo mandato de presidente, o mesmo se confundiu e disse que estava pronto para um novo mandato de deputado federal.
“Nós somos das cores verde e amarela, da ordem e progresso, e não da bandeira vermelha”, disse o presidente. “Temos certeza que no próximo domingo venceremos as eleições. Vamos lá, o Brasil é nosso, até a vitória. Se essa for a sua vontade, estarei pronto para contribuir com mais um mandato de deputado federal”, finalizou Bolsonaro.
- Fonte: O Convergente
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