O avanço da Covid-19 na China continua, e tem sido motivo de preocupação de alguns especialistas. Por conta do alto número de casos, cidades fecharam escolas e improvisaram clínicas para conter a propagação da doença, mas a demanda por leitos já lotou alguns hospitais por todo o país. Na segunda-feira, 19/12, o país confirmou duas mortes — as primeiras desde o início do mês.
Situação, que conforme alguns especialistas, foi causada devido à saída abrupta e mal preparada da China da política de “Covid zero”. O que pode levar a quase um milhão de mortes, de acordo com um estudo divulgado na semana passada por professores da Universidade de Hong Kong.
Em Xangai, por exemplo, escolas foram fechadas depois que o governo recomendou aulas online. Na capital Pequim, um ginásio foi transformado em clínica para atender pessoas com sintomas de Covid.
Para conter o vírus, o governo aumentou a vacinação de porta em porta para os idosos.
A China tem mais de 90% da população vacinada contra a Covid-19, mas, entre as pessoas com mais de 80 anos de idade, apenas 42% estão com as doses de reforço em dia.
Estudo e prevenção – Por quase três anos, o governo chinês usou bloqueios rígidos, quarentenas centralizadas, testes em massa e rastreamento rigoroso de contatos para conter a propagação do vírus.
Essa estratégia cara foi abandonada no início deste mês, após uma explosão de protestos em todo o país contra restrições estritas que prejudicaram os negócios e a vida cotidiana.
Mas especialistas alertaram que o país está mal preparado para uma saída tão drástica, não tendo conseguido aumentar a taxa de vacinação de idosos, a capacidade de terapia intensiva em hospitais e estocar medicamentos antivirais.
Nas condições atuais, uma reabertura em todo o país pode resultar em até 684 mortes por milhão de pessoas, segundo projeções de três professores da Universidade de Hong Kong.
Dada à população da China de 1,4 bilhão de pessoas, isso representaria 964.400 mortes.
O surto de infecções “provavelmente sobrecarregaria muitos sistemas de saúde locais em todo o país”, disse o estudo, divulgado na semana passada no servidor de pré-impressão do Medrxiv e que ainda não foi submetido à revisão por pares.
Fonte: CNN
Fotos: Divulgação/ Capa: Neto Ribeiro