sábado, outubro 5, 2024

Festividades – Ceia terá um preço ‘salgado’ para os amazonenses por conta da alta nos preços; substituir produtos pode ser a saída neste ano

As famílias brasileiras terão um Natal “pesado” no que diz respeito às compras natalinas, por conta da alta nos preços dos itens para preparo da ceia na noite de Natal ou de fim de ano. Isso por conta dos altos valores de determinados alimentos que são utilizados tradicionalmente nesta época do ano. No Amazonas, muitos deles, que compõem a mesa dos amazonenses em épocas de festividades de fim de ano, têm tido variações de preços conforme a rede de supermercado que se deseja realizar as compras.

Um levantamento realizado pelo Instituto Estadual de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) e divulgado nessa quinta-feira, 22/12, mostra um comparativo entre nove grandes redes de supermercado de Manaus, listando 60 produtos. O levantamento feito pelo Procon-AM foi apurado no período de 12 a 21 de dezembro.

No levantamento, foi identificado que os itens mais populares nas ceias de Natal e Ano Novo têm preços variados em sete principais supermercados de Manaus. O peru, por exemplo, varia de R$ 27,78 a R$ 42,90 o quilo. Mas quem optar por substituir as aves mais caras pelo frango, pode encontrar preços entre R$ 9,99 até 11,49 o quilo. Outro produto que também tem grande variação de preços é o bacalhau do Porto, que está custando entre R$ 109,24 a R$ 121. O panetone, de R$ 9,90 a R$ 49,90, enquanto o vinho tinto tem preços que vão de R$ 14,30 a R$ 30,09.

Segundo o diretor-presidente do Procon-AM, Jalil Fraxe, o consumidor pode consultar a lista de preços ( www.procon.am.gov.br), realizar um planejamento e evitar gastar mais que o necessário ou comprar a lista poderá fazer um planejamento das compras para que não haja gastos com itens desnecessários.

“Nossa intenção é ajudar a população e facilitar que nesse momento possam comprar os itens mais baratos em variados estabelecimentos, adaptando a Ceia de Natal à sua realidade financeira”.

Gasto médio

Para a encarregada de logística, Ana Glória Soares Barros, 44 anos, as compras deste ano serão apenas para os itens necessários mesmo, por conta do alto valor que os principais itens da ceia natalina e disse que pretende gastar até R$ 500. Ela que optou fazer suas compras natalinas nesta sexta-feira, 23/12, e disse que os preços estão bem mais caros que em 2021.

“Esse valor é o que eu pretendo gastar, pois é o limite que está disponível no meu cartão de crédito. Pretendo comprar frutas, verduras, legumes, pirarucu, lombinho de porco e material para fazer as sobremesas (leite condensado, creme de leite, achocolatado, leite em pó, barra de chocolate, gelatina sem sabor) e as bebidas. Espero que consiga comprar tudo, pois os preços estão mais caros que em 2021. Isso porque ganhei da empresa uma ave e um pernil”, disse Ana, que tem uma família de cinco pessoas.

Preços em alta

Para o consultor econômico e professor universitário, Mourão Júnior, essa alta tem motivação, principalmente pela questão da alta demanda neste período do ano, bem como pela atual conjuntura econômica, em que o valor do dólar influencia na alta deste produtos natalinos.

“A questão dos aumentos de preços na cesta natalina ela vem por dois fatores: um por uma forte demanda, devido a questão das pessoas poderem fazer um Natal com todos os membros da família, então essa é uma “pressão de demanda”, e o outro fator é o de uma conjuntura econômica na questão do dólar, que influencia também no preço de maior parte dos produtos natalinos”, alertou o economista.

Mourão afirma que é difícil prever quanto os manauaras vão verdadeiramente gastar neste fim de ano, no que diz respeito a ceia natalina e as comemorações do Réveillon, uma vez que depende muito do comportamento do consumidor, que na grande maioria visa a sua satisfação

“Em economia, a gente costuma dizer que a ciência econômica ela é da área de humanas porque não tem como, apesar de ter números, mas não tem como mensurar ou tentar como acertar o comportamento do consumidor, ele tenta a medida pelo que está na questão do seu fator-renda como ele vai adequar o seus gastos visualizando este fator. O importante é que ele sempre procure preços mais baratos ou produtos que vão substituir, é difícil, mas é uma questão de comportamento e também temos que ressaltar que o consumidor sempre tenta buscar ao máximo a sua satisfação, em alguns momentos talvez nem toda, mas ele sempre vai visualizar esta questão”, pontuou o economista

Previsões econômicas

Mourão também fez uma projeção em torno dos preços dos alimentos de um modo em geral, para o próximo ano e o economista afirma que as estimativas são de mais reajustes.

“Para o ano que vem, como nós já temos um aumento na carga tributária, principalmente do ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias] e um novo governo que vai se iniciar, apesar da inflação ainda está baixa a 5,09% e a taxa Selic em torno de uns 13%, mas as perspectivas são de um aumento de preços pela questão do aumento dos impostos, da questão do câmbio e também de como o mercado vai reagir às novas medidas que serão tomadas por este governo que começa ano que vem”, ressaltou Mourão Júnior.


  • Fonte: Redação
  • Fotos: Divulgação / Capa: Marcus Reis

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