quinta-feira, julho 4, 2024

Economia – China se torna grande produtora de peixes amazônicos e deixa Brasil para trás

“Red pacu” ou pirapitinga, segundo informações da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, revelam que o país asiático é o maior produtor da espécie no mundo.

A China anda investindo pesado na produção de pirapitingas, apenas no ano de 2020, foram 59,4 mil toneladas, enquanto no Brasil, apenas 1,8 mil. Indo muito além do abastecimento de consumo humano, hoje são referência mundial na criação de peixes ornamentais amazônicos.

Além do fato de essas espécies não serem tão apreciadas na sua região de origem, pois a preferência são pelo matrinxã, jaraqui, tambaqui, outra questão importante para os chineses é que lá a pirapitinga é vendida para públicos com menores poderes aquisitivos, são vendidas grandes, pequenas, inteiras, filé, então o lucro não vem necessariamente do valor e sim da quantidade.

Mesmo que os números chamem atenção, na realidade, a piscicultura dos peixes amazônicos, no mercado chinês, é apenas uma fração mínima, ainda que ela seja a líder global no mercado de pescados, tendo 83,9 milhões de toneladas métricas de peixe ornamentais e de captura.

Souberam ir no ponto que atrai aquaristas no mundo todo, a modificação de espécies, através de manipulação genética, a partir de cruzamentos, seleção as características desejadas. Setor este em que o Brasil também está começando a ficar para trás, já que aqui a coleta de produtores locais é na base do extrativismo.

E o Brasil?

É atípico pensar que o peixe mais consumido no país, nem brasileiro é, originária do Rio Nilo, a tilápia, é figura constante nas cozinhas do Brasil a fora. Ainda que tenha a maior quantidade de água potável do mundo, fica na posição 21° na posição do ranking mundial, atrás de Marrocos e Japão.

A maior quantidade de consumo de peixes nativos, fica localizado no norte do país, assim como no centro-oeste, nessas regiões faz parte do cotidiano dos lares dessas regiões. Algo que não acontece tanto no Nordeste, Sul e Sudeste, ainda que a densidade populacional seja maior.

Com o retorno da preocupação ambiental nas pautas do país, o aumento da produção de pescados com uma piscicultura sustentável, seria uma grande via para os moradores da Amazônia. A bioeconomia poderia ser uma grande aposta no investimento da produção, das espécies como tambaqui, jaraqui, pirarucu, matrinxã, alguns dos mais consumidos.


  • Por July Barbosa, com informações de BBC News Brasil.
  • Foto: Divulgação.
  • Ilustração: Marcus Reis.

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