Um incêndio dentro da Boate Kiss, na madrugada, do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria – RS, transformaria a história daquela cidade, que em poucas horas foi vítima de uma das maiores tragédias brasileiras, totalizando a perda de 242 jovens.
O fogo que teve início pela utilização indevida de artefato de fogo quente, em local fechado, que tinha sua espuma acústica feita por material inflamável, fez com que rapidamente a boate fosse tomada por uma fumaça escura e tóxica, além de não ter nenhuma porta de emergência, com a lotação acima do limite, era quase impossível conseguir sair. Tantas eram as falhas de segurança, que a Kiss nem deveria estar funcionando, algo que só foi descoberto dias depois. Confira momento do inicio do incêndio
Muitas são as histórias e relatos de sobreviventes e moradores da cidade, seja de quem perdeu um parente ou conhecido, ou apenas por aqueles que acompanharam e se compadeceram por aqueles pais que só queriam levar seus filhos para casa. A luta por justiça teve início no dia após o incêndio e se mantém até hoje.
Todos os anos, membros da associação de familiares e vítimas e do coletivo Kiss: Que Não se Repita, fazem ações e manifestações no dia que a tragédia faz ano, principalmente neste que completa uma década, sem ninguém tenha sido responsabilizado, onde 28 pessoas foram acusadas, dentre eles políticos da cidade, mas apenas o dono da boate e integrantes da banda Gurizada Fandangueira, foram a júri.
O julgamento que ocorreu em 2022, havia condenado os quatro réus, porém a 1° Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), recebeu os recursos das defesas e anulou o júri. Sendo soltos no mesmo dia, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate, Marcelo de Jesus, vocalista da banda, e Luciano Bonilha, auxiliar da banda.
A história sendo mostrada
Na semana em que completaria os 10 anos, a Netflix lançou uma série, baseado no livro da jornalista e escritora Daniela Arbex, dividida em 5 episódios de 45 minutos, a série narra história de pais de vítimas e sobreviventes, em “Todo dia a mesma noite”, vai do dia da tragédia até o início dos julgamentos, servindo para relembrar o caso e dar esperanças as famílias que ainda esperam por justiça.
Muitos pais acreditam que a série, pode ser uma ferramenta para auxiliar a fazer com que o poder público marque um novo julgamento, contando os detalhes daquela noite e toda força dos pais que apenas estão pedindo que as mortes de seus filhos não tenham sido em vão, 242 motivos para que a justiça seja feita.
- Por July Barbosa, com informações do G1.
- Foto: Divulgação.
- Ilustração: Marcus Reis.