Em liberdade condicional desde maio do ano passado, Elize Matsunaga agora tenta a ressocialização como motorista de aplicativos em Franca, no interior de São Paulo. Desde que deixou o presídio de Tremembé (SP) após cumprir 10 anos da pena pelo assassinato do marido, o empresário Marcos Matsunaga. Ela vive na Capital Nacional do Calçado, município a 400 km da capital paulista.
A informação foi divulgada pelo perfil no Instagram “Mulheres Assassinas”, criado pelo jornalista e escritor Ulisses Campbell, que é autor dos livros sobre Elize, Suzane von Richthofen e Flordelis. “Ela trabalha como motorista de aplicativo e sua nota como condutora é 4.80”, escreveu o autor.
Ainda de acordo com o jornalista, o cadastro dela nas plataformas é como Elize Araújo Giacomini, seu nome de solteira. A mulher oferece os serviços por meio de um Honda Fit e usa máscaras e óculos escuros para não ser reconhecida.
A engressa de Tremembé escolheu a cidade de Franca, interior de São Paulo, para fixar residência. Lá comprou á vista um apartamento em que explicará para a filha adolescente “tim tim por tim tim” os motivos que lavaram ao assassinato, escreveu o Jornalista na rede social.
Elize, que cumpre em liberdade os 16 anos restantes de sua pena, abriu um ateliê de costura de produtos PET. O mesmo exemplo de sua ex-colega de detenção Suzane von Richthofen, que vende sandálias customizadas.
As duas fizeram oficinas de artesanato e corte e costura enquanto estavam na prisão. Essas atividades têm como intuito a ressocialização das detentas. De acordo com a Lei de Execução Penal, cada três dias trabalhados resultam em um dia a menos na pena.
Elize Matsunaga foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas, em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 16 anos e 3 meses. Em liberdade condicional desde maio de 2022, ela cumpriu regime fechado no presídio de Tremembé (SP) por 10 anos.
Caso Eliza Matsunaga
O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, e teve repercussão na imprensa por envolver uma bacharel de Direito casada com um empresário herdeiro da indústrias de alimentos Yoki. Ele tinha 42 anos à época e ela, 30.
O empresário foi baleado na cabeça com uma das 34 armas que o casal tinha na residência. Quatro eram de Elize, incluindo a pistola usada no crime. As demais pertenciam a Marcos.
Por: Kalinka Vallença com informações do G1
Ilustração: Marcus Reis