Estudantes organizaram manifestações em todo o país pedindo ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que revogue o modelo de ensino, que entrou em vigor em 2022. Ao menos 55 cidades do país registraram manifestações na manhã de quarta-feira (15), mas o maior ato foi registrado em São Paulo. O protesto começou pela manhã em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e seguiu até a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
O ato foi convocado pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e pela UNE (União Nacional dos Estudantes), além de movimentos estudantis locais. Em Brasília, os manifestantes se concentraram em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, e seguiram até o Congresso Nacional
Na última semana, o MEC (Ministério da Educação) publicou uma portaria para abrir uma consulta pública para avaliar e reestruturar o Novo Ensino Médio, que começou a ser implantado em 2022. O objetivo do governo federal, segundo o documento, é “abrir o diálogo com a sociedade civil, a comunidade escolar, os profissionais do magistério, as equipes técnicas dos sistemas de ensino, os estudantes, os pesquisadores e os especialistas do campo da educação para a coleta de subsídios para a tomada de decisão” em relação ao novo modelo.
A consulta pública será coordenada pelo MEC, por meio da Secretaria de Articulação Intersetorial e do Sase (Sistemas de Ensino). O Novo Ensino Médio foi criado pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2017. Conforme o cronograma, as mudanças começaram a ser colocadas em prática no ano passado.
Em 7 de março, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), o Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e outras entidades de trabalhadores do setores, reuniram-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. Eles pediram a revogação do Novo Ensino Médio.
O objetivo do projeto era tornar a etapa de ensino mais atrativa, além de ampliar a educação em tempo integral. Porém, sua implementação enfrenta desafios estruturais, resistência e desconhecimento por parte da população.
A portaria publicada na última quinta-feira atende a uma promessa do ministro da Educação, Camilo Santana. Na semana passada, quando questionado sobre o tema, ele evitou falar em revogação, mas disse que criaria um grupo de trabalho para avaliar o novo modelo.
“Não é questão de revogar. O Novo Ensino Médio está em andamento. O que nós estamos colocando é criar um grupo de trabalho, que será oficializado por portaria. Vamos reunir todos os setores para discutir”, afirmou o ministro.
Em nota, o MEC explicou que, com a medida, buscará “estabelecer o diálogo democrático, numa discussão coletiva e qualificada por meio de pesquisas, consultas públicas, seminários e outras ferramentas que nos permitam tomar decisões embasadas”.
Por: Informações do G1
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