terça-feira, julho 2, 2024

Veja o resumo da ‘Operação Venire’ que investiga Bolsonaro e aliados

Desde esta quarta-feira, 3 de maio, a Polícia Federal (PF) tem se debruçado a investigar uma suposta organização criminosa ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que teria adulterado cartões de vacinação contra a Covid-19 e obter o Certificado de Vacinação do Sistema Único de Saúde, o ConecteSus, para obter supostas vantagens em viagens ao exterior, em que alguns países faziam a exigência do documento.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a PF a realizar buscas, apreensões e prisões, até mesmo na casa de Bolsonaro, em Brasília. A mesma ocorreu na manhã dessa quarta-feira, 3 de maio. Moraes também determinou a busca e apreensões de armas e do passaporte do ex-mandatário da República.

Durante a operação, seis pessoas ligadas a Bolsonaro e possivelmente ao esquema foram presas e dezesseis sofreram mandados de busca e apreensão, incluindo o ex-presidente que teve seu aparelho celular recolhido pela PF para ser analisado.

Entre os presos, estão: o Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; o Sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid; o Ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros; Policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial; Militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

PF fala em ciência e Bolsonaro nega

A Polícia Federal pontuou que Bolsonaro e seu ajudante de ordens, Mauro Cid, tinham “plena ciência” da fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e de pessoas ligadas a ele.

A PF investiga suspeitas de fraude nos registros de vacinas do ex-presidente e da filha, no que tange a viabilização da entrada do ex-presidente e da filha nos Estados Unidos, no final de 2022.

“Os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificados de vacinação contra a Covid-19, indicando que Jair Bolsonaro, Mauro César Cid e possivelmente, Marcelo Costa Câmara tinham plena ciência de inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente”, diz a PF.

A jornalistas, após as buscas e apreensões em sua casa, Bolsonaro disse que não se vacinou contra a Covid-19 e que nem alterou o seu cartão de vacinação.“O objetivo da busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro: cartão de vacinação. O que eu tenho a dizer para vocês: eu não tomei a vacina”, declarou o ex-presidente, afirmando que não houve qualquer mudança em seu cartão de vacina: “não existe adulteração da minha parte”.

Veja alguns detalhes da operação:

Resumo da Operação Venire, da PF

  • Investigações iniciaram em dezembro de 2022;
  • Operação Venire foi deflagrada nessa quarta-feira, 3 de maio e foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes;
  • Investiga suposta “organização criminosa” por adulterar dados de vacinação;
  • Há indícios de que um grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas no ConecteSUS para obter vantagem ilícita;
  • Total de 6 presos e 16 investigados na operação;
  • Um dos presos na operação era o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid;
  • Durante as buscas, a PF encontrou na casa de Mauro Cid notas de dólares, que somaram US$ 35 mil, além de R$ 16 mil em dinheiro vivo.
Crimes investigados
  • Associação criminosa;
  • Inserção de dados falsos em sistemas de informação;
  • Corrupção de menores.
Motivo das investigações:
  • Adulteração de certificados de vacinação da Covid-19, das pessoas a seguir:
  • O ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • A filha de 12 anos de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • A mulher e as três filhas de Mauro Cid.
Presos na Operação Venire
  • Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • Sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;
  • Ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  • Policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • Militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • Secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Pessoas alvo de buscas e apreensões:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Mauro Cesar Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid;
  • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo MDB-RJ;
  • Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército, ex-integrante da equipe de Mauro Cid;
    – Farley Vinicius Alcântara, médico que teria envolvimento no esquema;
  • João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ);
  • Max Guilherme Machado de Moura, segurança de Bolsonaro;
  • Sergio Rocha Cordeiro, segurança de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
  • Eduardo Crespo Alves, militar;
  • Marcello Moraes Siciliano, ex-vereador do RJ;
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022;
  • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
  • Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
  • Marcelo Fernandes de Holanda.

Leia mais: Ministro da STF determina apreensão de passaporte de Jair Bolsonaro e ex presidente chora em entrevista

 


 

Da Redação com informações g1

Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis

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