domingo, julho 7, 2024

Cresce o número de pessoas mortas na Faixa de Gaza para 21 após bombardeios de Israel

Subiu para 21 o número de mortos no segundo dia de bombardeios do Exército de Israel contra a Faixa de Gaza. Feridos chegando um atrás do outro em estado grave, funerais ocorrendo em meio a um clima de guerra, a Faixa de Gaza está vivendo uma semana especialmente tensa.

Na terça-feira (9), treze pessoas morreram em ataques aéreos de Israel. Três eram do grupo Jihad Islâmica, que Israel considera terrorista. Os outros eram civis. No fim de semana, o grupo extremista disparou foguetes em direção ao território de Israel depois que um prisioneiro palestino suspeito de terrorismo morreu. Ele fazia greve de fome.
O primeiro-ministro israelense, o conservador Benjamin Netanyahu, disse na quarta (10), que está pronto “para a possibilidade de fazer ataques mais fortes contra a Faixa de Gaza”.

Esses estão sendo considerados os confrontos mais intensos entre israelenses e palestinos dos últimos nove meses. O Jihad Islâmica disse que responderia aos ataques de Israel à altura, o que fez aumentar a tensão na quarta-feira (10). O lançamento de foguetes contra o território de Israel acionou alarmes em algumas regiões.

Essa agonia foi na cidade de Ramat Gan. Tel Aviv também ouviu as sirenes. A cidade fica a 60 quilômetros ao norte da Faixa de Gaza. As pessoas tiveram que sair correndo da praia para ir para abrigos subterrâneos.

Novos bombardeios israelenses à Faixa de Gaza mataram ao menos duas pessoas nesta terça-feira, em meio a sinais de que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se prepara para embates prolongados na região. A operação mais recente veio horas após ataques ordenados por Tel Aviv matarem 13 pessoas, incluindo três comandantes do grupo armado palestino Jihad Islâmica, e atraírem repúdio internacional e a promessa de uma resposta unificada das facções palestinas.

Os bombardeios mais recentes em Khan Yunis, na parte sul de Gaza, deixaram dois feridos e tiveram como alvo um grupo de militantes não identificados. Paralelamente, Israel ordenou nesta terça o fechamento de rodovias em cidades perto de Gaza, orientou que seus cidadãos fiquem perto de abrigos antibomba e disse que convocaria alguns reservistas. Mais de 2 mil moradores do Sul do país deixaram suas casas, segundo o jornal Haaretz.

Arqueólogos israelenses descobrem mesquita enterrada no deserto de Negev. A rara mesquita pode datar de mais de 1200 anos, sendo parte da transição da região do cristianismo para o islamismo.

Netanyahu disse à sua Defesa para se preparar para uma campanha em frentes múltiplas, afirmando que “não significa que vamos precisar, mas se for necessário estaremos preparados”. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou a líderes de regiões perto da fronteira que “devem estar prontos para qualquer cenário, incluindo confrontos prolongados”, enquanto o chanceler Eli Cohen voltou mais cedo de uma visita à Índia.

Os ataques ordenados pelo governo mais à direita da História israelense vieram após uma semana conturbada de trégua mediada pelo governo egípcio. No dia 2, o prisioneiro palestino Khader Adnan, um dos líderes da Jihad Islâmica, morreu após 80 dias de greve de fome em Israel, catalisando ataques de ambos lados.

Segundo a imprensa israelense, os atritos fizeram a operação que deixou 13 mortos nesta terça ser adiada em uma semana. Ela envolveu 40 caças em o que os militares do país afirmaram ser ataques com alvos premeditados. Os disparos ocorreram antes do amanhecer no enclave controlado pelo movimento islamista Hamas, cujos 365 km² são casas, para 2,3 milhões de palestinos.

Dez instalações que produzem armas e infraestruturas militares, incluindo oficinas de produção de foguetes e um espaço que fabrica concreto usado para túneis, foram destruídas na terça, disseram os israelenses, assim como os complexos militares da Jihad Islâmica.

Resposta planejada

A Jihad Islâmica disse por meio de seu porta-voz, Dawoud Shehab, que “os ocupantes devem esperar uma resposta a qualquer momento e em qualquer lugar” e prometeu retaliar “à altura do tamanho do crime”. Em agosto de 2022, três dias de confrontos entre Israel e o movimento islâmico levaram à morte de 49 palestinos, entre eles 19 crianças.
Segundo o maior grupo militante em atuação no território palestino e considerado terrorista pelos EUA e a União Europeia, a Jihad Islâmica geralmente atua de forma independente do Hamas, que controla o enclave desde 2007. Em um comunicado, a principal organização em solo palestino afirmou que o ocorrido foi um “grande e hediondo crime”.

A dimensão de uma resposta depende bastante da adesão do Hamas, que ameaçou retaliar na sua nota assinada pelo porta-voz Hazem Qassem. Os movimentos armados, disse ele, decidirão em conjunto “quem participará da primeira onda e quem participará da segunda e da terceira, se ocorrerem”:

“Não aceitamos que isso seja um ataque especificamente direcionado contra a Jihad Islâmica. Do ponto de vista do Hamas, esse é um ataque contra o povo palestino, e portanto haverá uma resposta proporcional cujos detalhes serão determinados no centro de operações conjuntas de todas as facções”, afirmou. “Israel tem responsabilidade total pelas consequências dessa agressão.”

Em maio de 2021, uma guerra de 11 dias entre Israel e o Hamas levou cidadãos árabes-israelenses a se levantarem em apoio aos palestinos de Gaza e da Cisjordânia. A violência, que contribuiu para a ascensão da ultradireita e para o retorno de Netanyahu após um interregno de 18 meses, deixou 260 palestinos mortos, incluindo combatentes, e 14 israelenses, entre eles um soldado.

Funeral coletivo e protestos

Os líderes assassinados da Jihad Islâmica foram identificados como Khalil Bahtini, comandante das atividades do grupo no norte de Gaza e principal integrante da Jihad Islâmica com papel operacional; Jihad Ghanam, secretário do conselho militar da organização; e Tareq Izzeldeen, do al-Quds, braço armado do movimento palestino.
Izzeldeen é suspeito de ter orquestrado operações na Cisjordânia, onde trabalhava, e seus dois filhos, Ali e Miar, estão entre os mortos. A filha de Bhatini, Hajar, de 5 anos, também morreu, assim como outra parente identificada como Leila. A mulher de Ghanam, Wafaa, foi outra das fatalidades.

Entre os mortos estão ainda Jamal Khaswan, ex-presidente da Associação dos Dentistas de Gaza, sua mulher, Mirfat, e o filho Yousef. Outras duas vítimas foram identificadas como Dania Adas e sua irmã, Imman. Em Gaza, procissões fúnebres foram organizadas em protesto e em Nablus, na Cisjordânia, há relatos de confrontos com forças de segurança israelenses.

Doze pessoas ficaram feridas, segundo o Crescente Vermelho, e dezenas foram tratadas devido à inalação de gás lacrimogêneo. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, um dos feridos é um menino de 14 anos que foi baleado no peito e está estável.
Os ataques também desataram forte repúdio internacional, com a Chancelaria turca afirmando que o ataque que matou os 13 palestinos é “desprezível” e “de forma nenhuma aceitável” e que Ancara espera um fim imediato para a crise “sem mais perdas de vida”. O comunicado diz ainda que “deseja a misericórdia de Alá aos nossos irmãos e irmãs palestinas que perderam suas vidas nos ataques”.

O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, pediu em um comunicado que “todos os envolvidos tenham cautela” e ressaltou seu “comprometimento total em uma tentativa de evitar um conflito mais amplo”, condenando as mortes de civis. A Chancelaria da Jordânia também condenou a “escalada israelense nos territórios palestinos ocupados”.

Já a Chancelaria egípcia afirmou que os ataques vão contra o direito e resoluções internacionais, desata escaladas e compromete os esforços para acalmar a situação. O porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que Israel tem culpa total pela escalada, o líder da Autoridade Palestina embarcou para os Estados Unidos para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas no Dia da Nakba, que marca o deslocamento de centenas de milhares de árabes no conflito desencadeado com a criação de Israel, em 14 de maio de 1948.

“O governo israelense tem responsabilidade total por essa escalada perigosa que arrasta a região para violência, tensão e instabilidade. Queremos alertar o governo americano para não permitir que o povo de Israel persista em seus crimes seguidos contra o povo palestino”, disse a nota emitida pelos representantes de Abbas, que não deve se encontrar com o presidente Joe Biden, mas provavelmente terá uma reunião com o secretário de Estado, Anthony Blinken

Leia mais: Último de inscrição para a 1° Conferência Nacional de Gestão

Por informações do Globo

Foto: Divulgação

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