quinta-feira, novembro 21, 2024

Vini Jr mais uma vez é alvo ataques racistas na La Liga; especialista comenta caso

O jogador brasileiro Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, foi alvo de oito dos nove casos de racismo denunciados pela LaLiga nesta temporada

O atacante brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid, foi vítima de mais uma ação racista em estádio espanhol na tarde de domingo (12), durante a derrota da equipe dele para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vini escutou insultos racistas e gritos de ‘macaco’ vindo das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos, e em seguida o jogador foi expulso ao se envolver em confusão.

O jogador foi alvo de oito de nove ataques racistas denunciados na LaLiga, após novo caso de racismo, presidente da liga espanhola rebate críticas do jogador brasileiro e da CBF e afirma que entidade denuncia e age contra incidentes do tipo. Lula também pediu providências da Fifa e da LaLiga.O jogador brasileiro Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, foi alvo de oito dos nove casos de racismo denunciados pela LaLiga nesta temporada, segundo o presidente da organização, Javier Tebas Medrano.

O episódio iniciou aos 29 minutos do segundo tempo, Vinicius Jr tentou jogada pela esquerda quando uma segunda bola que havia sido arremessada no campo instantes antes foi chutada por Eray Cõmert, atleta do Valencia, de maneira proposital para interromper o lance, após esse momento, o jogador se dirigiu à parte da torcida adversária, que estava localizada atrás do gol do time local e apontou para os torcedores que o insultavam chamando-o de macaco.

O árbitro De Burgos Bengoetxea paralisou o jogo e o sistema de som avisou que o jogo seria retornado apenas se as ofensas parassem, Vini Jr sinalizou que estava bem para retornar e o jogo prosseguiu depois de aproximadamente oito minutos pausado, com a presença da polícia comparecendo ao local das ofensas.

Nos acréscimos da partida, Vini se envolveu em uma confusão com o goleiro Giorgi Mamardashvili e, após ser contido pelo adversário Hugo Duro com uma gravata, acertou o rosto do atleta do Valencia ao tentar se desvencilhar. No fim, apenas o brasileiro foi punido, sendo expulso. Vinicius Junior saiu fazendo gestos mostrando o número dois com a mão, em provocação à torcida do Valencia. O clube briga para não cair para a segunda divisão espanhola.

Após a partida, as figuras envolvidas se manifestaram nas redes sociais. Em sua conta no Instagram, Vinicius Junior disse que os racistas foram premiados com a expulsão dele e ironizou: “Não é futebol, é La Liga (liga de futebol da Espanha)”

O Valencia emitiu comunicado dizendo que embora se tratasse de um “episódio isolado”, não há lugar para insultos deste tipo no futebol. A nota também reitera que os fatos estão sendo investigados pelo clube.

Também houve comunicado da liga espanhola, que afirmou ter solicitado todas as imagens da partida para melhor investigar o ocorrido e que também está atenta a possíveis ofensas ao brasileiro do lado de fora do estádio Mestalla. Ainda na nota de La Liga, é dito que foram apresentadas denúncias de práticas racistas contra Vinicius Junior em outras nove ocasiões nos últimos dois anos.

Na entrevista coletiva após o jogo, o técnico do Real Madrid, o italiano Carlo Ancelotti, se mostrou revoltado e incrédulo com o acontecimento.

“Não quero falar de futebol, mas sim do que aconteceu aqui. Isto não pode ocorrer, um estádio inteiro gritando algo assim. Ele não queria continuar e eu acharia justo, porque é a vítima. Isto não pode acontecer”, opinou Ancelotti.

Vini Jr

Nas redes sociais, o jogador afirmou que a La Liga, a Federação de Futebol da Espanha acha o comportamento racista “normal” e que o país europeu hoje é conhecido como um país racista no Brasil.

“Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu Vini.

A LaLiga, liga que organiza a competição, tinha registrado até o fim de março oito reclamações na Justiça por racismo contra Vinicius Junior apenas nesta temporada do campeonato.

 Lula se posicionou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizou com o jogador brasileiro Vinícius Júnior, vítima de ataques racistas durante um jogo pelo campeonato espanhol, neste domingo (22). “Um gesto de solidariedade ao jogador brasileiro jovem, negro, que joga no Real Madrid, que no jogo no estádio do Valencia foi chamado de macaco. Não é possível que quase no meio do século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa”, disse Lula.

Manifestação nas redes sociais

Diversos clubes de futebol, como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Santos, entre outros, deixaram a rivalidade de lado e prestaram solidariedade a Vinícius Junior. O Flamengo publicou: “O futebol fica em segundo plano quando a violência toma conta. Estamos sempre com você. Milhões de rubro-negros, milhões de brasileiros, milhões de pessoas que se indignam quando alguém é vítima de violência”.

Após quase 24h o clube se manifestou

O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior.

Esses fatos constituem um ataque direto ao modelo de convivência de nosso Estado social e democrático de direito.

O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou a denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.

O artigo 124 da Constituição espanhola estabelece as funções do Ministério Público para promover a ação da justiça em defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público.

Por este motivo, e dada a gravidade dos factos ocorridos, o Real Madrid recorreu à Procuradoria Geral do Estado, sem prejuízo do seu carácter privado no processo que está a ser instaurado.

Especialista comenta

O jurista e Presidente do Instituto Nacional Afro Origem no Amazonas Christian Rocha, comentou sobre o caso, “O racismo é o único crime que o autor tem uma motivação concreta que nenhuma atitude será tomada. A ausência da punibilidade e da aplicabilidade das leis sobre os crimes de racismo não encontram carinho na ótica dos operadores do direito, então cada gesto racista vem manifestado de segurança e de completa segurança que não vai dar em nada, os países europeus possuem esse comportamento de superioridade muito bem antes e isso é histórico, então a falta de punição para esses infratores encontra morosidade no inquérito policial até o processo legal, o Brasil se sensibiliza com seu filho lá fora e eu bato palmas porém seus filhos aqui dentro sofrem todo santo dia, crianças, jovens, mulheres, idosos. O racismo está impregnado nessa sociedade cheia de estatuto, desigual preconceituosa é racista.

A campanha de conscientização precisa existir, acompanhada das punições e das leis. O Brasil impõe medidas para a Espanha e lá Liga, mas como fica o Brasil? O Brasil precisa impor limites para si mesmo, Então alguns fazem de motivos para likes nós  tratamos como o futuro da comunidade negra”.


  • Por July Barbosa com informações ESPN.
  • Foto: Divulgação.
  • Ilustração: Marcus Reis

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