sábado, novembro 23, 2024

MP-SP vai investigar usuários por comentários racistas em app ‘Simulador de Escravidão’

Dentre as avaliações, usuários reclamavam das poucas possibilidades de agressão oferecidas pelo simulador

O Ministério Público de São Paulo estendeu a investigação contra o Google e o desenvolvedor do jogo “Simulador de Escravidão” aos usuários que baixaram o aplicativo e deixaram comentários racistas na avaliação da Play Store. O aplicativo, desenvolvido pela Magnus Games, simulava a vida de um proprietário de escravos.

Dentro o jogo, o participante tem a possibilidade de ‘dois caminhos’, ou ser tirano ou libertário, no caso de optar pela tirania, haveria as opções para castigar pessoas de pele negra, durante os níveis como torturar e agredir. O simulador foi lançado em 20 de abril, e contava com mais de mil downloads e 70 avaliações, totalizando 4,0 (em uma escala até 5,0).

Dentre as avaliações, usuários reclamavam das poucas possibilidades de agressão oferecidas pelo simulador. Um dos jogadores chegou a sugerir que o desenvolvedor implementasse a opção de “chibata”. “Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar[sic] a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito! ”, escreveu o usuário Mateus Schizophrenic em 22 de maio.

De acordo com a promotora Maria Fernanda Pinto, o Ministério Público trabalha com meios para identificar os usuários na tentativa de responsabilizá-los criminalmente. “O que chama a atenção são as pessoas que baixaram e comentaram, com aspectos muito reprováveis de um racismo escancarado e que ferem qualquer parâmetro de civilização”.

O grupo especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância, o Grecadi, já havia aberto um procedimento preliminar para verificar as circunstâncias pelas quais o aplicativo foi liberado na loja virtual do Google e quais os termos definidos pela big tech para aceitar quais conteúdos podem ser disponibilizados para download. O Ministério Público investiga ainda se houve ou não análise humana no processo de liberação.


  • Por July Barbosa com informações G1.
  • Foto: Divulgação.

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