Em 2023, o Novo Ensino Médio passou a ser obrigatório para o primeiro e o segundo ano do Ensino Médio, o que causou muita agitação nas escolas
A nova edição da Revista Poli traz como matéria de capa o debate sobre o Novo Ensino Médio. Em 2023, o Novo Ensino Médio passou a ser obrigatório para o primeiro e o segundo ano do Ensino Médio, o que causou muita agitação nas escolas e levou a inúmeras manifestações de estudantes e educadores nas ruas e nas redes sociais. Um exemplo do tamanho da confusão pode ser visto no número de disciplinas criadas pelo Brasil: 1.526, em levantamento do jornal Folha de S. Paulo, de março de 2023. Diante do imbróglio, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu o cronograma de execução da reforma, adiou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no novo modelo e abriu um processo de consulta pública, que ainda está em curso. Entre os argumentos favoráveis ao novo modelo estão a possibilidade de escolha, flexibilidade do currículo, aulas mais atrativas e próximas do cotidiano dos estudantes. Já os críticos à reforma destacam as complicações decorrentes da diminuição da carga horária da formação geral básica para antecipar a preparação para o mercado de trabalho.
O avanço da legislação em prol do uso da cannabis medicinal no Sistema Único de Saúde (SUS) é o destaque na editoria de Saúde. A reportagem aborda as evidências científicas do uso dos medicamentos à base da Cannabis sativa L., seu uso bastante frequente por pacientes que podem pagar o alto custo desses remédios e o crescimento das medidas jurídicas para proteger a produção das associações de pacientes que fazem uso do remédio. A mesma editoria traz outra reportagem para chamar a atenção sobre a importância da notificação de dados sobre violência contra crianças e adolescentes. De acordo com a matéria, apesar das políticas existentes, a falta de notificação e desarticulação de redes de proteção ainda tornam o tema um grande desafio à saúde pública.
Escravidão contemporânea é o tema da entrevista com Marcela Soares, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF). Nessa conversa, a pesquisadora traça paralelos entre a escravidão contemporânea e o aumento de ocupações mediadas por plataformas de transporte, entrega e produção de conteúdo, que negam possuir vínculos trabalhistas com esses profissionais. Marcela também destaca a prevalência dos resgates no meio rural e a importância das denúncias realizadas durante a ditadura empresarial-militar para a formulação da legislação de proteção aos trabalhadores.
Ainda na temática de Trabalho, uma matéria trata dos impactos do neoliberalismo em sistemas de saúde universais, expostas pelas greves históricas e recentes na Espanha e Reino Unido. O que acontece com os sistemas que inspiraram a criação do SUS e continuam sendo um dos modelos mais bem-sucedidos do mundo? Nessa reportagem, profissionais do setor e especialistas em sistemas de saúde descrevem as mudanças ocorridas recentemente e os impactos das políticas de austeridade no Sistema Nacional de Salud (SNS) espanhol e no National Health Service (NHS) britânico.
Por fim, a seção O que é, O que faz mostra o papel dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) que ganham reforço com a recriação do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) em 2023. Segundo o Sistema Único de Assistência Social (Suas), há 8.557 Centros de Referência no país. Os Cras são a porta de entrada da assistência social e trabalham com o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Eles estão inseridos no Suas, que é organizado a partir de uma rede de proteção social.
- Fonte: Agência Fiocruz.
- Foto: Divulgação.