PF – A investigação mostrou que existia uma estrutura empresarial na venda de diplomas e históricos escolares falsos
Uma quadrilha que falsificava documentos de faculdades de medicina para obter registros e vendê-los para falsos médicos foi descoberta pela Polícia Federal. Ao menos, 65 registros foram obtidos no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro com documentos falsos, dos quais a maioria era da UNEB – Universidade do Estado da Bahia.
A investigação da Polícia Federal revelou que existia uma estrutura empresarial na venda de diplomas e históricos escolares falsos. Os criminosos também criaram um e-mail falso em nome das instituições de ensino, para enviar a primeira documentação dos falsos alunos aos conselhos regionais de medicina.
À PF, um enfermeiro contou que pagou R$45 mil e recebeu toda a documentação falsa, para dar início ao registro no conselho regional de medicina. Ele ainda afirmou que nunca chegou a ir ao campus da universidade. Outro suspeito, que também é enfermeiro, mas comprou documentos para se fingir de médico, revelou que pagou o mesmo valor e recebeu uma pasta com selos e logotipo iguais ao da UNEB, com histórico escolar, diploma e até monografia.
Um terceiro suspeito revelou que chegou a estudar medicina no Paraguai, mas nunca se formou, por isso, pagou R$80 mil nos documentos falsos. Ele foi preso em fevereiro de 2023 e passou nove dias na cadeia. Seus advogados alegaram que ele sofreu um golpe. Uma mulher chegou a admitir que deu plantões com o CRM que conseguiu com documentos falsos, após gastar R$ 400 mil com o esquema.
Em junho, quatro mandados de prisão foram cumpridos e três pessoas foram presas, suspeitas de organizarem o esquema. A quarta pessoa, apontada como chefe da quadrilha, está foragida. A UNEB destacou que os documentos são ilegítimos e não foram emitidos ou assinados pela universidade.
Já o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) afirmou que uma funcionária desconfiou dos documentos e avisou à Polícia Federal que a investigação havia começado. O órgão esclareceu que anulou todos os 65 registros obtidos com documentação falsa.
- Por July Barbosa com informações Metrópoles
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