sexta-feira, novembro 22, 2024

No Amazonas, pesquisa aponta aumento de SRAG para bocavírus em crianças pequenas

Em relação ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no agregado nacional o estudo sinaliza queda nos novos casos na tendência de longo prazo

Divulgado na quarta-feira (12/7), o Boletim InfoGripe mostra predomínio da manutenção de queda nos casos positivos para Sars-CoV-2 na população adulta na maioria dos estados e indícios de interrupção no aumento das ocorrências associadas ao vírus influenza A. Nas crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) segue como o principal vírus identificado. A análise, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 5 de julho, é referente à Semana Epidemiológica (SE) 26, período de 25 de junho a 1 de julho.

Em relação ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no agregado nacional, o estudo sinaliza queda nos novos casos na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento a de curto prazo (últimas três semanas). De acordo com análise, cinco estados – Acre (AC), Amapá (AP), Goiás (GO), Pará (PA) e Rio Grande do Norte (RN) – apresentam sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo. O Boletim chama atenção que, no Acre, Amapá, Pará e Rio Grande do Norte, o crescimento recente está associado fundamentalmente às crianças. Em Goiás, no entanto, o indício de aumento de SRAG está presente tanto em crianças e adolescentes quanto na população a partir de 65 anos.

Mapa do BrasilEntre as capitais, nove têm indícios de  crescimento de casos de SRAG. São elas: Belém (PA), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Na maioria delas, o sinal está presente principalmente nas crianças.

Embora a maioria dos estados tenha sinal de estabilidade ou queda no agregado populacional, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta que o momento ainda exige cuidados. Gomes chama atenção que diversos estados das regiões Norte, Nordeste e Sul estão em situação de estabilidade em patamares elevados na população pediátrica. “Tal cenário mantém a necessidade de atenção e ações para diminuição da transmissão de vírus respiratórios. As internações no público infantil manteve crescimento semana após semana durante um longo período e, mesmo tendo interrompido em alguns estados, mantém números expressivos de novas internações. Isso faz com que os leitos pediátricos continuem com alta demanda”, orienta.

No Amazonas, observa o pesquisador, verifica-se aumento recente nos casos de SRAG positivos para bocavirus entre crianças pequenas, doença que apresenta normalmente sintomas como rinorréia (secreção excessiva), tosse, febre e chiado. Em Santa Catarina, foi constatado casos positivos para rinovírus e metapneumovírus – um dos vírus mais frequente nas infecções do trato respiratório em crianças depois do VSR. Segundo o pesquisador, ainda assim, em ambos estados, o VSR mantém claro predomínio nessa faixa etária, como observado no resto do país.

Faixa etária

Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária revelam manutenção na queda do predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias da população adulta. Na população de 15 a 49 anos e de 50 a 64, o volume de casos positivos para influenza A nas semanas recentes é similar ao reportado para Sars-CoV-2.

A partir de 65 anos, segundo o estudo, o predomínio de Sars-CoV-2 ainda é claro, embora mantendo sinal de diminuição, enquanto o percentual associado aos casos positivos para influenza A mantém sinal de avanço em boa parte do país. No entanto, já se observa indícios de possível interrupção no aumento de ocorrências de SRAG associados ao vírus influenza. A análise aponta ainda que  entre as crianças pequenas se mantém o predomínio de casos associados ao VSR, dando lugar ao influenza A à medida que a idade avança ao público jovem.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 12,8% para influenza A; 4,5% para influenza B; 40,7% para VSR; e 22,4% para Sars-CoV-2 (Covid -19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 18,3% para influenza A; 4,7% para influenza B; 11,5% para VSR; e 58,1% para Sars-CoV-2.


  • Fonte: Portal Fiocruz
  • Fotos: Divulgação / Semsa

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