A segunda parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) terminou hoje e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, surpreendeu ao votar a favor da redução de 0,5% ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic. Ele acompanhou o novo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula, e acabou exercendo o papel de desempate.
Em virtude da decisão, o Banco Central anunciou, na noite de hoje desta quarta-feira, o primeiro corte da taxa básica de juros desde agosto de 2020. Em uma reunião sem consenso entre os diretores do Copom, a Selic caiu de 13,75% para 13,25%, ou 0,5 ponto percentual. O voto de Campos Neto deu o voto de minerva em favor do corte de 0,5%, mais ambicioso do que foi projetado pela maioria dos analistas de mercado.
Cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual da Selic, enquanto outros quatro optaram por uma redução menor, de 0,25 ponto percentual.
A favor da redução de 0,5 ponto, votaram o presidente, Roberto Campos Neto, e os diretores Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
Já os membros Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes votaram pela redução de 0,25 ponto percentual.
Essa foi a primeira divergência em uma decisão do Copom desde agosto do ano passado. Desde então, as decisões anteriores de manter os juros em 13,75% ao ano foram consensuais. Nesta ocasião, todos concordaram em cortar a taxa de juros, mas divergiram quanto ao tamanho da redução.
A redução da taxa já era esperada pelo mercado e pelo governo brasileiro, a dúvida era sobre a intensidade do corte.
A Taxa Selic, abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. É definida e controlada pelo Banco Central do Brasil e serve como referência para o mercado financeiro, influenciando diversas taxas de juros praticadas no país.
A Selic é utilizada pelo Banco Central para regular a política monetária, com o objetivo de controlar a inflação e estimular ou desacelerar a economia. Quando o Banco Central quer estimular a atividade econômica, ele pode reduzir a taxa Selic, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo e o investimento. Por outro lado, quando há pressões inflacionárias, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para frear o crescimento dos preços e controlar a inflação.
- Por Pedro Calheiros
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- Revisão textual: Vanessa Santos
- Ilustração: Marcus Reis