O ano de 2023 está em vias de se tornar o mais quente da história, alertaram cientistas nesta quinta-feira (05/10). A previsão partiu de um relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia que também apontou um recorde de temperatura para o mês de setembro.
Segundo os pesquisadores, a temperatura global entre janeiro e setembro de 2023 foi 0,52ºC acima da média. Neste período, os termômetros também superaram em 0,05ºC a média observada nos primeiros nove meses de 2016, que detinha o recorde anterior.
Até o momento, a temperatura média global de 2023 é 1,40°C mais alta do que a média pré-industrial entre 1850 e 1900.
“O senso de urgência para uma ação climática ambiciosa nunca foi tão crítico”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do C3S, ressaltando que o lançamento do relatório ocorre apenas dois meses antes da Conferência do Clima da ONU (COP28) em Dubai.
De acordo com os cientistas, as mudanças climáticas causadas pela queima de combustíveis fósseis estão tornando o clima extremo, com ondas de calor e tempestades mais intensas e mais frequentes.
O que o relatório diz sobre o mês de setembro?
De acordo com o relatório, setembro de 2023 foi o setembro mais quente já registrado. A temperatura média do ar na superfície atingiu 16,38ºC – 0,93ºC acima da média mensal entre 1991-2020.
Os números divulgados pelo C3S alarmaram cientistas pelo mundo, como Zeke Hausfather, do projeto de dados climáticos da Berkeley Earth.
O mês passado também registrou uma média de temperatura 0,5ºC mais alta do que o setembro mais quente até então, em 2020. Em 2023, o nono mês do ano foi cerca de 1,75°C mais quente do que a média de setembro do período pré-industrial, usado como referência.
“As temperaturas sem precedentes para a época do ano observadas em setembro – após um verão recorde – quebraram recordes de forma extraordinária”, disse Burgess.
Descrevendo o mês como “extremo”, a pesquisadora o creditou por empurrar 2023 para a “dubitável honra do primeiro lugar – a caminho de ser o ano mais quente [da história] e cerca de 1,4°C acima das temperaturas médias pré-industriais”.
- Com informações UOL
- Revisão textual: Vanessa Santos
- Ilustração: Giulia Renata Melo