Área da medicina que tem testemunhado avanços significativos nas técnicas cirúrgicas nas últimas décadas, a urologia tem servido de exemplo quando o assunto é eficácia no campo cirúrgico, adotando procedimentos considerados minimamente invasivos, que vêm acompanhados de inúmeras vantagens, tanto para pacientes, quanto para cirurgiões. Alguns exemplos são a videolaparoscopia e a cirurgia robótica.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia seccional Amazonas (SBU), cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, as duas abordagens oferecem benefícios notáveis em comparação aos métodos tradicionais, mas, apresentam diferenças importantes, especialmente do ponto de vista tecnológico.
Especialista da Urocentro Manaus, Figliuolo explica que a principal diferença entre as cirurgias é que, no caso da robótica, o cirurgião fica dentro de um console, comandando o robô durante a abordagem. Ou seja: o médico controla o robô e define todos os movimentos executados. Já na videolaparoscopia, a cirurgia é feita manualmente pelo especialista e usa pinças no lugar dos braços robóticos. Entre as semelhanças estão o uso de microcâmeras, menor risco de sangramento e alta médica mais rápida para o paciente.
“Apesar de nos dois casos, as incisões serem mínimas para a introdução de pinças e microcâmeras, a cirurgia robótica é considerada mais rápida e precisa, uma vez que o robô estabiliza os movimentos médicos. Um exemplo é: se as mãos do cirurgião tremerem durante a cirurgia, isso não é transferido para o campo cirúrgico, o que acaba preservando mais os tecidos próximos à uma abordagem para a retirada de tumores malignos de próstata, o que é importante, pois, reduz também os riscos de sequelas”, explica. Entre as sequelas possivelmente evitáveis, no caso da cirurgia robótica para o tratamento do câncer de próstata localizado e em estágio inicial, está a disfunção erétil.
Isso ocorre porque a cirurgia robótica utiliza sistemas altamente avançados que permitem uma maior precisão do cirurgião. Os braços robóticos podem realizar movimentos delicados, os quais fazem a diferença na prostatectomia radical. Além disso, o robô consegue um giro de 360 graus, enquanto que o punho humano alcança, no máximo, 180 graus na cirurgia de videolaparoscopia.
“Os sistemas robóticos também oferecem uma visão tridimensional nítida, detalhando o campo de trabalho. Isso é crucial para intervenções em áreas anatomicamente complexas, como o rim ou a próstata”, destacou Figliuolo.
Segundo o especialista, embora não ofereça a mesma destreza que a cirurgia robótica, a videolaparoscopia é menos invasiva que a cirurgia aberta convencional, que resulta em mais desconforto e maior tempo de internação do paciente por ser mais invasiva e traumática aos tecidos. “Na cirurgia por vídeo, além da microcâmera, são usadas pequena pinças, inseridas a partir de incisões de dois a quatro centímetros. Portanto, muito pequenas frente à abertura necessária à abordagem convencional. Na maioria dos casos, a alta médica após a videolaparoscopia ocorre poucos dias depois”, frisou Giuseppe Figliuolo.
Para ele, a escolha depende de diversos fatores, como a complexidade do quadro clínico de cada paciente, estadualmente (extensão da lesão) e da doença a ser tratada. “É importante frisar que ambos os procedimentos são seguros dentro de suas indicações”, destacou .
A videolaparoscopia já é utilizada no Amazonas há vários anos. Já a robótica, é uma tecnologia ainda não disponível no Estado. A Urocentro Manaus oferta o procedimento a seus pacientes, em unidades de referência do Rio de Janeiro e São Paulo, através de acordos de cooperação técnica com profissionais da área. A indicação é feita após avaliação clínica e análise de exames complementares.
*Com informações da assessoria
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