quinta-feira, julho 4, 2024

Ataques do grupo terrorista Hamas em Israel já vitimaram 298 pessoas

O Governo brasileiro emitiu uma nota em que condena a série de bombardeios e ataques terrestres

O Ministério das Relações Exteriores emitiu nota, neste sábado (7), em que condena os ataques do grupo terrorista Hamas no território de Israel, a partir da Faixa de Gaza.

Segundo o governo, não havia notícia de vítimas da comunidade brasileira em Israel e na Palestina até as 10h deste sábado.

O número de mortos no conflito iniciado na manhã de sábado entre Israel e Gaza após a ofensiva do grupo palestino Hamas, que lançou foguetes e invadiu o território israelense, é de 298. De acordo com autoridades médicas da Faixa de Gaza, em informação dada a agências de notícias, foram confirmadas 198 vítimas fatais no enclave palestino. O Ministério da Saúde israelense informou à imprensa local que 100 cidadãos israelenses foram vitimados de forma fatal. Tel Aviv informa ainda que 900 pessoas ficaram feridas no país e os médicos em Gaza dizem que 1.610 palestinos estão sendo atendidos em hospitais.

Confira

O Governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.

Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o Governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.

Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.

O professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan afirmou, em entrevista à CNN, neste sábado (7), que a resposta israelense aos ataques do Hamas nesta manhã não tem “tom” de operação, mas de guerra.

“O tom com que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyah, respondeu. O tom com que ele falou é um tom de guerra. Não é o tom de operação ou de mero ataque terrorista. O tom é de guerra. O furo da cerca [de defesas israelenses] foi precedido de um grande ataque de mísseis. Foram mais de 5.000 mísseis. Isso revela um apoio internacional forte ao Hamas, provavelmente, iraniano. Não é possível dizer ainda, mas uma estrutura para um ataque com essa eficiência demanda mais comportamento estratégico”.

Contexto histórico

O conflito entre Israel e Palestina se estende há décadas. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina sob mandato britânico. Israel foi proclamado no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território e o Hamas faz frente nessa disputa.

O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987 após o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Ele é considerado terrorista por Israel e por várias outras nações, como Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

A origem dos conflitos entre as nações

O surgimento dos povos israelenses e palestinos está ligado à história de Abraão, que recebeu, segundo os textos religiosos, a missão de migrar para a “terra prometida”, em Canaã, antiga terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel. “Nesta época, a Palestina, que originalmente era chamada de Filistina, era terra dos filisteus e de vários outros povos como, por exemplo, os arameus”, explica o professor Pedro Botelho.

Os conflitos entre Israel e Palestina são complexos e extremamente delicados devido ao valor político, econômico e simbólico do território para ambos. Em sua história, já houve tentativas de acordo entre as duas nações, como também planos de paz e tréguas, mas, no final, os dois países acabam voltando a guerrear.

“Em 1978 tivemos uma tentativa de paz que vai ser muito simbólica, que são os acordos de Camp David, que aconteceram nos Estados Unidos. Vamos ter, por exemplo, o presidente Jimmy Carter tentando intermediar essa relação, que não vai dar tão certo. Temos também o Egito minimizando a discussão e sua pressão contra os judeus, especialmente tentando reaver o território do Sinai, que acaba voltando ao país que se compromete a não tomar tanto partido em disputas contra Israel. Também acontecem vários conflitos entre Israel e outros territórios”, conta o professor de história Marlyo Ferreira.

Dentre as tentativas de negociação, a mais significativa foi o Acordo de Oslo, em 1993. De acordo com o educador Arthur Lira, esse tratado de paz, mediado na época pelo presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, teve a participação do então líder da autoridade palestina, Yasser Arafat, e o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin. “No acordo, as lideranças políticas de Israel e Palestina se comprometiam em unir esforços para a realização da paz entre os povos. Estabeleceram diálogos sobre o término dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do sul do Líbano e conversações sobre a questão de Jerusalém. O acordo fez Yasser Arafat e Yitzhak Rabin levarem o Nobel da paz, em 1994, além do ministro israelense de relações exteriores, Shimon Peres. Porém, em 1995 Rabin foi assassinato por extremistas israelenses contrários ao acordo de Oslo. Os sucessores de Rabin não estabeleceram tratativas efetivas sobre a questão”, detalhou.

“A Guerra do Hamas contra Israel tem implicações políticas e interesses religiosos, mas é, em última análise, um conflito escatológico. O que é uma guerra ou conflito escatológico? É todo conflito ou guerra que faz referência à terra ou a povos bíblicos, especialmente a Israel – “terras bíblicas, povos bíblicos e problemas bíblicos é na Bíblia que se resolve” (Pr. Gerson Rocha).”

Entenda os ataques

Nas primeiras horas da invasão do Hamas, mais de 2,5 mil foguetes foram lançados contra Israel. Sirenes antiaéreas soaram nas principais cidades de Israel, inclusive em Tel Aviv e em Jerusalém. De acordo com a imprensa israelense, pelo menos 35 civis teriam sido sequestrados pelos militantes do grupo fundamentalista islâmico.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que o país está em guerra. A situação é extremamente tensa no sul de Israel.

“Convoquei os chefes do sistema de segurança e, antes de mais nada, os instruí a limpar os assentamentos dos terroristas que se infiltraram — esta operação está acontecendo agora”, declarou ele.

O ministro da Defesa de Israel disse que o Hamas “cometeu um grave erro e lançou uma guerra” contra o próprio país.

“As tropas [israelenses] estão lutando contra o inimigo em todos os locais”, acrescentou Yoav Gallant. “O Estado de Israel vencerá esta guerra”.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que entraram em prontidão para a guerra e que dezenas de caças estavam realizando ataques aéreos contra instalações do Hamas em Gaza.


  • Por Redação Convergente
  • Foto: Divulgação 
  • Ilustração: Marcus Reis

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