sexta-feira, novembro 22, 2024

Fumaça de queimadas encobre Manaus mais uma vez e deixa qualidade do ar em nível “perigoso”

Dados do AQICN classificam a qualidade do ar em pontos da cidade como “muito insalubre” ou “perigoso”

Mais uma semana, Manaus anoitece e amanhece encoberta por fumaça de queimadas. O cheiro da queimada junto com a “neblina” incomoda os moradores mais uma vez em diversos pontos da cidade nesta quarta-feira (11/10).

De acordo com dados do AQICN, que mede a qualidade do ar de vários países, a capital amanheceu com a qualidade do ar classificada em pontos da cidade como “muito insalubre” ou “perigoso”.

Na semana passada, a plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) classificava o ar na Zona Sul de Manaus como “péssimo”.

Interior

Foi registrada também por moradores a presença de fumaça no município de Itacoatiara, o maior município do interior do Estado.

E nesta terça-feira 10/10, a fumaça chegou em Parintins. Moradores informam que a fumaça, possivelmente, deve ser proveniente de Juruti (PA), onde uma área de floresta havia pegado fogo.

Queimadas no AM

O Amazonas decretou, no dia 12 de setembro, situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro.

A Situação de Emergência Ambiental abrange áreas dos municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e a própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.

Problemas de saúde

Atualmente, a poluição do ar é considerada uma das maiores ameaças à saúde humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial respira ar abaixo de níveis seguros.

O crescimento dos incêndios florestais agrava os índices de poluição do ar. O monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e elementos tóxicos presentes na fumaça geram uma série de efeitos no corpo humano.

Alguns dos problemas decorrentes da inalação de fumaça e fuligem são tosse, falta de ar, aumento de doenças respiratórias, inflamação, diminuição da função pulmonar, aumento da admissão hospitalar e mortalidade, principalmente, em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer, entre outros.

Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são considerados os mais vulneráveis às complicações causadas pela fumaça.

As pessoas que moram próximas às áreas queimadas são as mais suscetíveis a sofrerem com as consequências para a saúde. Entretanto, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros e atingir outras cidades, estados e até países.


  • Por July Barbosa
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Fotos: Redes sociais

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