O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou, nesta quarta-feira, 18, a resolução apresentada pelo Brasil, que atualmente preside o órgão, referente ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A sessão foi iniciada por Sérgio Danese, embaixador brasileiro na ONU, e somente os Estados Unidos votaram contra.
A resolução obteve 12 votos favoráveis, porém, os Estados Unidos, que tradicionalmente têm apoiado Israel no Conselho, vetaram a proposta. Rússia e o Reino Unido se abstiveram. O veto norte-americano ocorreu devido a duas alterações propostas pela Rússia: uma para incluir uma condenação a ataques a civis na Faixa de Gaza, citando o ataque ao hospital, e a segunda, para falar em cessar-fogo humanitário, em vez de uma pausa humanitária. A primeira parte teve 6 votos a favor, 1 contra e 8 abstenções, sendo derrotada. A segunda parte também fracassou, após novo veto dos EUA —o placar total foi de 7 a favor, 1 contra e 7 abstenções.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, alegou que o texto não aborda o direito de autodefesa de Israel. Os EUA são um membro permanente do Conselho e têm poder de veto e, por isso, o texto não foi aprovado, mesmo com a votação favorável de outros países.
“Os EUA estão desapontados que a resolução não cita o direito de autodefesa de Israel. Não podemos apoiar o avanço dessa resolução, mas continuaremos a trabalhar com os membros do conselho”, afirmou a embaixadora Linda Thomas Greenfield. “Estamos no terreno fazendo o trabalho duro da diplomacia”.
“Ao passo que reconhecermos o desejo do Brasil de aprovar esse texto, acreditamos que precisamos deixar essa diplomacia acontecer, especialmente, quando o secretário-geral António Guterres, o presidente Joe Biden e o secretário de Estado Antony Blinken e atores regionais estão envolvidos em intenso diálogo sobre várias questões que estamos deliberando hoje. Sim, resoluções são importantes, e este Conselho deve se pronunciar, mas nossas ações que tomamos devem ser baseadas em informações do terreno e apoiar ações e esforços diplomáticos que salvam vidas”, completou.
A votação da resolução elaborada pelo Brasil havia sido adiada em 2 ocasiões: a primeira devido a modificações no texto e a segunda em razão do bombardeio a um hospital na Cidade de Gaza, que resultou em quase 500 mortes.
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- Por Redação Convergente
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