quinta-feira, novembro 21, 2024

Refém idosa que foi libertada pelo Hamas declara: “Passei por um inferno”

A idosa descreveu a rede de túneis do Hamas como “uma teia de aranha”

A refém do Hamas Yocheved Lifshitz, libertada na noite desta segunda-feira (23) pelas Brigadas Al-Qassam, o braço armado do grupo terrorista que controla Gaza, afirmou, nesta terça (24), em declarações a partir do hospital de Tel Aviv, onde está internada, que passou “por um inferno” ao ser mantida sob o controle da organização.

“Passei por um inferno. Não pensamos que poderíamos passar por essa situação”, disse a mulher. Visivelmente abalada e um tanto desorientada, Lifshitz, de 85 anos, pediu que todos os reféns, mais de 220, sequestrados pelo Hamas e outras milícias durante o ataque do último dia 7 de outubro em Israel, sejam colocados em liberdade e possam voltar às suas casas.

“Me levaram, com as pernas de um lado e a cabeça do outro, em uma motocicleta”, narrou a idosa, sentada em uma cadeira de rodas durante a coletiva, onde afirmou que, quando foi transportada para Gaza, seus sequestradores a agrediram com paus.

Ela acrescentou que também levaram seu relógio e as joias que usava. Após completar parte da viagem de moto, lhe obrigaram a caminhar até chegar a um túnel para entrar na Faixa. A idosa descreveu a rede de túneis do Hamas como “uma teia de aranha”.

Ao final de um dos túneis, ela relatou ter sido conduzida para uma grande sala onde estavam outros 25 sequestrados pelo Hamas, até que duas ou três horas depois, ela foi levada com outros quatro reféns para uma sala separada.

As Brigadas Al-Qassam informaram, na noite desta segunda, a respeito da libertação de Lifshitz e de outra mulher israelense, Nurit Yitzhak, de 80 anos, após mediação de Egito e Catar, pelo que o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, apontou como “razões humanitárias convincentes e satisfatórias”.

Os maridos de ambas as mulheres, que também foram raptados, permanecem nas mãos dos islâmicos. Os quatro foram raptados no último dia 7 em suas casas pelo Hamas no kibutz de Nir Oz, onde milicianos mataram membros daquela comunidade.

O marido de Yocheved Lifshitz é o conhecido ativista pacifista Oded Lifshitz, de 83 anos, que transportou pacientes com câncer em Gaza para hospitais israelenses para tratamento.

Leia mais: Bebês em incubadoras podem morrer por falta de combustível em Gaza


  • Por Redação Convergente
  • Foto: Divulgação

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