quinta-feira, novembro 21, 2024

Rio Negro continua descendo em Manaus após registrar estiagem histórica

Desde domingo (22/10), o nível das águas está abaixo dos 13 metros no Porto de Manaus, onde a medição é realizada diariamente

No domingo, o Rio Negro baixou para 12,99 metros, nesta segunda-feira (23/10), o nível caiu para 12,89. É a primeira vez, em 121 de medição, que o nível das águas chega à casa dos 12 metros.

O Rio Negro registrou a maior seca da história há uma semana, no dia 16 de outubro, ao atingir 13,59. Nos dias seguintes, as águas continuaram baixando em ritmo mais lento, em média, até 10 centímetros por dia.

De acordo com Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM, o nível do Rio Negro deve continuar baixando em Manaus, embora a estiagem já tenha encerrado na calha do Rio Solimões.

Influenciado pelas águas do rio Solimões, o rio Negro depende da subida das águas no Peru e na tríplice fronteira, onde está situada a cidade de Tabatinga.

“Há uma estabilidade nesse processo de subida, desde a região que alimenta o Solimões, como é o caso dos Andes e das estações monitoradas no Peru. [Elas] apresentam o mesmo comportamento, devido às chuvas isoladas na região”, disse Jussara.

Estiagem histórica

Na segunda-feira, 16/10, o Rio Negro atingiu a cota de 13,59 cm em Manaus, a maior vazante de toda a história da capital amazonense. A marca superou a seca mais extrema que foi em 2010, quando o rio marcou 13,63m.

A descida se deu de dez centímetros a menos do que o registrado no domingo anterior. Vale lembrar que isso acontece 8 dias antes da data registrada em 2010, quando o recorde foi atingido no dia 24, revelando que o recorde foi maior não apenas em volume, mas também em velocidade.

A marca histórica foi detectada às 5h40 pelo funcionário do Porto de Manaus que é o responsável pelas medições, Francisco Edno, que previu ainda que o rio descesse por pelo menos 10 dias, o que poderia fazer com que o nível do Rio Negro em Manaus ficasse abaixo dos 13 metros até o final de outubro.

A vazante histórica deste ano acontece dois anos após o Rio Negro ter também a sua maior cheia, ocorrida em 2021, quando a marca de 30,02 metros foi atingida na capital.


  • Da Redação
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Ilustração: Giulia Renata Melo

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