segunda-feira, novembro 25, 2024

Laudo do SGB indica que falta de saneamento é uma das causas de tragédia em Beruri

Um deslizamento de terra atingiu um barranco, afetou mais de 40 casas e matou uma criança, tendo deixado ainda 10 pessoas feridas e quatro desaparecidas na região

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou, nesta quinta-feira (26/10), um laudo que indica que a falta de saneamento básico contribuiu para queda de barranco que causou tragédia em Beruri, no interior do Amazonas. Um deslizamento de terra atingiu um barranco, afetou mais de 40 casas e matou uma criança, tendo deixado ainda 10 pessoas feridas e quatro desaparecidas na região.

A comunidade inteira foi levada pelo deslizamento, que foi causado pelo fenômeno “terras caídas”, que ocorrem quando a água atua sobre as margens dos rios, causando erosão e abrindo extensas “cavernas subterrâneas”, até que uma ruptura provoque a queda do terreno, algo típico das áreas de várzea.

O laudo do SGB aponta: “Várias pessoas presenciaram a ocorrência de um grande processo de erosão de margem fluvial conhecido como Terras Caídas, o qual, em geral, apresenta origem natural, embora possa ser potencializado por atividades humanas”.

Entretanto a ausência de saneamento básico pode ter agravado. De acordo com o laudo: “As casas não possuíam sistema de água e esgoto adequados, possuíam fossas do tipo sumidouro ou mesmo com lançamento da água servida diretamente no talude, que contribuem para a saturação do solo em água. Testemunhas relataram que na comunidade existiam dois poços tubulares para captação de água potável”.

Essa situação pode ter feito um “encharque do solo” e um rebaixamento do lençol freático: “Consequentemente as camadas profundas podem ter experimentado um aumento das tensões efetivas, devido ao peso do solo sobrejacente. Entretanto, são necessários estudos mais aprofundados para confirmar tal possibilidade”, apontou o SGB.

Os técnicos ainda recomendaram a atualização do mapeamento das áreas de risco geológico em todo o município de Beruri; a avaliação da possibilidade de remoção e reassentamento dos moradores que habitam em residências inseridas nos setores de risco muito alto, principalmente em período de variação extrema do nível do rio, secas e cheias; e o desenvolvimento de estudos de adequação do sistema de drenagem pluvial e esgoto, dentre outras medidas.

Leia mais: Tragédia em Beruri afeta mais de 200 vítimas entre desabrigados e desaparecidos


  • Da Redação
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Divulgação

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