Depois de registros de mínimas históricas e médias diárias de descidas acentuadas, alguns rios da região amazônica começam a dar sinais de estabilização, conforme indica o 45º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado na sexta-feira (27), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
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Esse cenário mostra que a seca, já considerada uma das piores da história, pode estar no seu pico, ou seja, nos níveis mais críticos, e tende a amenizar nas próximas semanas.
“Estabilizar não quer dizer que os problemas acabaram, mas já é uma ótima notícia em meio a toda essa crise que estamos passando”, esclarece o coordenador-executivo do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) do SGB, Artur Matos. Um dos rios que em que já é possível observar a estabilização é o Negro, em Manaus (AM). Na quinta-feira (26), o rio chegou à nova mínima histórica, de 12,7 metros. No entanto, não sofreu variações em 24 horas e se manteve nessa marca. Há alguns dias, a média de descida do rio era de 10 centímetros por dia.
A interrupção da sequência de quedas pode caracterizar o fim da vazante histórica do Rio Negro em 2023. Isso porque, de acordo com a medição realizada pelo Porto de Manaus, as quedas já vinham sendo menores nos últimos dias. Como acontece todos os anos, sempre entre o fim de outubro e início de novembro, a tendência agora é de alguns dias com estabilidade no nível do rio e, na sequência, o início da retomada de subida do rio.
A seca histórica que atingiu o Amazonas colocou 60 municípios em estado de emergência e fez com que comunidades ribeirinhas ficassem ilhadas, já que os rios são as principais vias de transporte para o interior do estado e, com nível baixo, os barcos grandes não conseguem as condições mínimas de navegação.
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- Por July Barbosa
- Revisão textual: Vanessa Santos
- Ilustração: Marcus Reis