domingo, novembro 24, 2024

Brasileiros seguem fora da lista para deixar Gaza

Na lista de autorizados a cruzar a passagem entre Rafah e o Egito, nesta quinta-feira (2), a maioria esmagadora é de norte-americanos, totalizando 400 dos 576 nomes

Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil não está entre os países autorizados a retirar seus cidadãos da Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito. Um grupo composto por 24 brasileiros e 10 palestinos, que estão em processo ou planejam imigrar para o Brasil, aguarda permissão para deixar a região.

Na lista de autorizados a cruzar a passagem entre Rafah e o Egito, nesta quinta-feira (2), a maioria esmagadora é de norte-americanos, totalizando 400 dos 576 nomes. Os demais são portadores de passaportes de países como Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda e outros.

Em comunicado divulgado em 1º de novembro, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) expressou confiança de que “em breve” os brasileiros na Faixa de Gaza serão autorizados a passar por Rafah. O Itamaraty mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro Mauro Vieira têm se empenhado em favor da saída dos brasileiros, mantendo contato com diversas autoridades de Egito, Israel, Qatar, Autoridade Palestina e outros países da região. O ministério assegurou que as negociações continuarão até que seja concretizada a saída dos brasileiros retidos em Gaza.

1ª lista

Dezenas de estrangeiros e cidadãos palestinos com dupla cidadania começaram a deixar a Faixa de Gaza e atravessar para o Egito pela passagem de Rafah na manhã de quarta-feira, 1º, após a autoridade fronteiriça do Hamas divulgar lista de cerca de 500 nomes e pedir que se apresentassem pela manhã. Foi a primeira vez que a fronteira foi aberta para saída de pessoas desde o início do conflito entre Israel e Hamas, mas brasileiros não foram incluídos na listagem.

A autorização partiu de um acordo mediado pelo Catar com Israel, Egito e o Hamas. A abertura excepcional liberou cerca de 90 feridos e 450 estrangeiros, conforme afirmaram autoridades egípcias. Na lista, estavam pessoas com passaportes da Austrália, Áustria, Bulgária, República Checa, Finlândia, Indonésia, Japão e Jordânia. Os membros da equipe de organizações de ajuda humanitária, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a UNRWA, também estavam na lista.

Na terça-feira, 31, a autoridade disse que o Egito concordou em receber 81 feridos de Gaza na quarta-feira, ecoando relatos da mídia estatal egípcia.

A passagem de Rafah é a única ligação da faixa que Israel não controla. O Egito, que supervisiona a travessia, recusou-se de abri-la aos civis, alertando que um afluxo de refugiados palestinos poderia desestabilizar a região. O encerramento da passagem de Rafah deixou milhares de cidadãos estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade presos na zona de guerra.

No início da manhã de quarta, dezenas de ambulâncias começaram a se deslocar do Egito pelo posto de fronteira de Rafah para buscar palestinos feridos em Gaza, informou a televisão estatal egípcia. Imagens transmitidas pelo Qahera News, um canal estatal, mostraram uma fileira de ambulâncias amarelas alinhadas do lado de fora do portão da fronteira. Segundo a televisão estatal egípcia, 81 palestinos serão levados para hospitais no Egito, em um processo facilitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.


  • Por Redação Convergente
  • Foto: Divulgação

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