Manaus inicia mais uma semana encoberta por fumaça. O cheiro e a “neblina” não dissipam e incomodam a população em vários pontos da capital.
De acordo com a plataforma de Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o ar, nesta manhã, está classificado como “muito ruim”. Em alguns pontos, o nível “péssimo” se mantém.
Ibama
Os brigadistas do Ibama e do ICMBio estão trabalhando dia e noite para conter os incêndios florestais que atingem o Norte do Brasil, principalmente, no Amazonas e no Pará.
Equipes do Prevfogo estão no Amazonas desde o final de setembro atuando na região metropolitana de Manaus e no sul do estado. Já no Pará, desde o dia 5 de outubro, os especialistas em incêndios florestais estão na Resex Tapajós Arapiuns e outras regiões do estado.
Aproximadamente, 300 brigadistas atuam no combate aos incêndios que atingem o Amazonas e o Pará.
Equipamentos, veículos, drones e helicópteros fazem o monitoramento e a localização dos focos de incêndios em meio à floresta.
As mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e a seca, influenciadas pelo fenômeno El Niño, estão contribuindo para o crescente número de incêndios florestais na região. O resultado do desmatamento dos últimos anos nas regiões também contribui para o avanço das chamas.
Diante das mudanças climáticas e das consequências do desmatamento, o Ibama investiu na contratação de brigadistas.
Atualmente, 2.100 especialistas em incêndios florestais compõem a brigada do Ibama, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.
Queimadas no AM
O Amazonas decretou, no dia 12 de setembro, situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro.
A Situação de Emergência Ambiental abrange áreas dos municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e da própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.
Problemas de saúde
Atualmente, a poluição do ar é considerada uma das maiores ameaças à saúde humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial respira ar abaixo de níveis seguros.
O crescimento dos incêndios florestais agrava os índices de poluição do ar. O monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e elementos tóxicos presentes na fumaça geram uma série de efeitos no corpo humano.
Alguns dos problemas decorrentes da inalação de fumaça e fuligem são tosse, falta de ar, aumento de doenças respiratórias, inflamação, diminuição da função pulmonar, aumento da admissão hospitalar e mortalidade, principalmente, em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer, entre outros.
Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são considerados os grupos mais vulneráveis às complicações causadas pela fumaça.
As pessoas que moram próximo às áreas de queimadas são as mais suscetíveis a sofrerem com as consequências para a saúde. Entretanto, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros e atingir outras cidades, estados e até países.
- Por July Barbosa
- Revisão textual: Vanessa Santos
- Foto: Rede social