quarta-feira, julho 3, 2024

Boletim informa que mortandade de botos está aumentando no Amazonas

No lago de Tefé, houve o registro de 155 animais mortos desde 23 de setembro, em Coari, até 13/11, 75

Em boletim técnico, instituições que atuam nos lagos de Tefé e Coari (AM), para entender a mortandade de botos-vermelhos (Inia geoffrensis) e tucuxis (Sotalia fluviatilis) e evitar a perda de mais animais, afirmam que o problema pode ser muito maior do que o que já se registrou:

Miriam Marmontel, pesquisadora titular do Instituto Mamirauá e que coordenou a Sessão de Operações em Tefé, também está trabalhando com sua equipe em Coari para estudar a situação. Ela diz que ainda é muito cedo para chegar a conclusões, porém um alto volume de mortandade em Coari mostra que os motivos da morte destes animais não são isolados em somente um ponto da Amazônia, mas que o evento pode estar acontecendo em outros lugares. “A equipe planeja visitar regiões próximas para verificar se há mortandades em outras áreas que não estão sendo monitoradas”.

Ou seja, os já ameaçados botos-vermelhos e tucuxis podem estar morrendo em outros pontos da Amazônia sem que se saiba.

No lago de Tefé, houve o registro de 155 animais mortos desde 23 de setembro, em Coari, até 13/11, 75.

No mesmo boletim, consta:

“O lago Coari e o lago de Tefé possuem características geomorfológicas similares, com grandes lagos (os chamados Lagos de Ria) se afunilando em um canal estreito até desembocar no rio Solimões. Também como em Tefé, o lago Coari encontra-se com nível de água muito baixo, tendo estado muito próximo do recorde histórico observado em 2010. Também foi observada uma proliferação de algas da espécie Euglena sanguinea, a qual pode produzir uma toxina chamada euglenoficina, potencialmente ictiotóxica (tóxica para peixes). Não há informações, no entanto, sobre possível toxicidade da euglenoficina para mamíferos aquáticos. A alta temperatura de até 41º encontrada no lago Tefé não foi registrada no lago Coari, entretanto este parâmetro só passou a ser medido após o início da mortandade.

As análises da água, realizadas pela UFAM, INPA e IDSM, também indicam que não houve nenhuma alteração significativa em sua composição físico-química, assim como observado em Tefé”.

O Amazonas enfrenta uma seca histórica, resultado do aumento de temperatura gerado pelo El Niño e do aquecimento das águas do Oceano Atlântico Norte, iniciado em março. O fato é que a emergência climática causada pelas ações humanas no planeta ganhou feição de tragédia.

Aumento das mortes

Subiu para 98 o número de botos encontrados mortos em Coari, no Amazonas, conforme informações divulgadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na noite de terça-feira (14). Pesquisadores investigam a relação entre as mortes e a seca histórica de 2023.

A vazante deste ano continua castigando o Estado. Embora os rios Negro e Solimões tenham dado sinais de melhora com a subida das águas, todas as 62 cidades do Amazonas, incluindo Manaus, estão em emergência.

Em Coari, a 360 quilômetros da capital, 98 botos, como são chamados os golfinhos de água doce, apareceram mortos no Rio Solimões em menos de 30 dias.

Leia mais: Instituto encontra mais de 20 carcaças de botos vermelhos mortos em Coari


  • Da Redação
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Divulgação

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