O caso de uma mensagem de cunho racista enviada a uma pastelaria de Campo Bom, no Vale do Sinos, mobilizou a Polícia Civil nos últimos dias. De acordo com a PC, o proprietário de uma pastelaria no Centro da cidade registrou uma ocorrência em função de um suposto caso de racismo, do qual seria vítima. Após a investigação, nesta sexta-feira (17), a Polícia Civil concluiu que o próprio comerciante criou o perfil falso que enviou a mensagem ao seu estabelecimento.
“Após intenso trabalho investigativo, com análise e cruzamento de dados, os policiais civis verificaram que a própria vítima teria sido o autor da manifestação com cunho ofensivo, discriminatório e preconceituoso”, informou o delegado Rodrigo Câmara.
Após o registro da ocorrência, o proprietário da pastelaria foi novamente intimado para prestar declarações. Confrontado pelos policiais a respeito dos dados obtidos, ele teria se retratado e confessado que criou a conta no aplicativo do iFood e encaminhou o pedido com a observação discriminatória. Segundo o delegado, o empreendedor acusou “motivos pessoais” para a prática.
O homem será indiciado pelo cometimento do delito de falsa comunicação de crime, previsto no Código Penal. O inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário nos próximos dias.
O caso
Gabriel Fernandes da Cunha, sócio da pastelaria, afirmou que a mensagem era dirigida a ele, visto que seria o único homem negro na equipe. Ouvido pela reportagem, Cunha sustentou que teria sido vítima. “A pessoa deve pagar por ter escrito aquilo e por não ter consciência do que as palavras dela podem causar”, afirmou, antes da conclusão do inquérito, que o colocou no lugar de indiciado.
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- Por July Barbosa com informações Metrópoles
- Revisão textual: Vanessa Santos
- Foto: Divulgação