O líder do grupo Hamas, Ismail Haniyeh, anunciou, nesta terça (21), por meio de um comunicado divulgado na rede Telegram, que o grupo está em vias de alcançar um acordo de trégua com Israel. Os detalhes específicos desse acordo deverão ser revelados em breve pelo Catar e outros países que atuam como mediadores no conflito. Até o momento, Israel não emitiu uma resposta às declarações de Haniyeh.
Trégua
Conforme afirmado por Haniyeh, os representantes do Hamas estão próximos de finalizar um acordo de trégua com Israel, e eles encaminharam sua resposta aos mediadores no Catar, onde o Hamas mantém um escritório político. O Catar, em colaboração com o Egito e com os Estados Unidos, está trabalhando para chegar a um acordo que possa resultar na libertação dos 240 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro, quando teve início o conflito. Esse acordo propõe uma troca de reféns por uma trégua na Faixa de Gaza.
No domingo, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, afirmou que um acordo para libertar alguns dos reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas consideradas “menores”.
Duas fontes próximas às negociações informaram à AFP que um acordo provisório incluiria uma trégua de cinco dias, o que implicaria um cessar-fogo e restrições às operações aéreas de Israel no sul de Gaza. Como contrapartida, entre 50 e 100 reféns, incluindo civis israelenses e de outras nacionalidades, seriam libertados, excluindo a libertação de militares. Cerca de 300 palestinos também deixariam prisões israelenses, incluindo mulheres e crianças.
Negociações
Um representante do Hamas afirmou à Al Jazeera que as negociações se concentram na duração do acordo e no tipo de ajuda humanitária direcionada a Gaza após a troca de prisioneiros. A transferência ocorreria em etapas, com a entrada de alimentos, ajuda médica e combustível, além de uma “trégua humanitária renovável de cinco dias”.
No entanto, há um impasse entre as partes, pois Israel insiste na “reunificação familiar”, enquanto o Hamas, que se opõe à libertação de militares, recusa-se a aceitar essa condição no momento.
Parentes dos reféns se reuniram, na noite de segunda-feira, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu “gabinete de guerra”, buscando o retorno dos aproximadamente 240 reféns a Israel. Netanyahu declarou seu compromisso em priorizar a recuperação dos reféns, afirmando que não cessará os combates até trazê-los de volta, destruir o Hamas e assegurar que não haja mais ameaças provenientes de Gaza.
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- Por Redação Convergente
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