quinta-feira, julho 4, 2024

Coreia do Norte dispara míssil balístico capaz de atingir os EUA

As Forças Armadas da Coreia do Sul confirmaram, nesta segunda-feira, que “detectaram o que se crê ser um míssil balístico de longo alcance lançado da zona de Pyongyang para o mar do Leste”

A Coreia do Norte disparou, nesta segunda-feira, um míssil balístico intercontinental capaz de atingir todo o território dos Estados Unidos. O lançamento foi confirmado pela Coreia do Sul e pelo Japão. Os EUA e o Japão condenaram o disparo, enquanto a China reiterou o seu apoio a Pyongyang.

As Forças Armadas da Coreia do Sul confirmaram, nesta segunda-feira, que “detectaram o que se crê ser um míssil balístico de longo alcance lançado da zona de Pyongyang para o mar do Leste (nome dado ao mar do Japão nas duas Coreias)” por volta das 23h24 de domingo em Lisboa.

O Japão também confirmou a notícia, salientando que o míssil lançado, designado de ICBM, tem capacidade para viajar mais de 15 mil quilômetros, o que significa que é capaz de atingir todo o continente dos Estados Unidos.

Este é o quinto lançamento de mísseis intercontinentais por parte da Coreia do Norte este ano. O último ICBM que Pyongyang testou foi lançado em julho, quando disparou um projétil Hwasong-18 de combustível sólido a partir dos arredores da capital norte-coreana.

O teste balístico ocorre depois de a Coreia do Norte ter lançado outro míssil de curto alcance no domingo. Esse lançamento foi seguido de uma declaração de Pyongyang a condenar os EUA por orquestrarem o que apelidou de “antevisão de uma guerra nuclear”, referindo-se à visita de um submarino norte-americano com propulsão nuclear à Coreia do Sul, no domingo.

Além disso, o disparo acontece poucos dias depois dos avisos de Seul e Washington, que advertiram Pyongyang que “qualquer ataque nuclear” contra os EUA e os seus aliados levaria ao fim do regime de Kim Jong Un.

EUA e Japão condenam disparo e China garante apoio a Pyongyang

Os Estados Unidos e o Japão condenaram o lançamento do míssil balístico intercontinental norte-coreano.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA lembrou, em comunicado, que “estes lançamentos, tal como os outros lançamentos de mísseis balísticos efetuados por Pyongyang este ano, violam várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

Os lançamentos “representam uma ameaça para os vizinhos da RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) e comprometem a segurança regional”, acrescenta o comunicado.

A Coreia do Norte afirma ter o direito soberano de operar um programa de mísseis balísticos para autodefesa e rejeita a proibição do Conselho de Segurança, que afirma ser um produto da política hostil dos EUA.

O Japão também reagiu negativamente, admitindo que os últimos dois lançamentos de mísseis norte-coreanos constituem “uma ameaça para a paz e a estabilidade na região”.

“Condenamos firmemente” estes lançamentos, notou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, sublinhando que os disparos violam igualmente as sanções contra Pyongyang adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A China, por sua vez, garantiu o “firme apoio” à Coreia do Norte, após Pyongyang ter lançado o novo míssil balístico.

“Diante da turbulência internacional, a China e [a Coreia do Norte] sempre se apoiaram firmemente e confiaram uma na outra”, disse o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, durante uma reunião em Pequim, nesta segunda-feira, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Pak Myong Ho.

Pak Myong Ho garantiu que a Coreia do Norte continuará a fortalecer os laços multilaterais com a China para “salvaguardar os interesses comuns” e “manter a paz e a estabilidade regionais”.

A China, que partilha uma fronteira comum com a Coreia do Norte, é o principal parceiro político e econômico do país, alvo de uma série de sanções internacionais. Ambos estão obrigados por um tratado assinado em 1961 a tomar todas as medidas necessárias, incluindo assistência militar, para se ajudarem mutuamente em caso de ataque ou tentativa de ataque por parte de um país terceiro.


  • Por July Barbosa com informações BBC
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Divulgação

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