Considerando que o estado de Rondônia apresenta números elevados para doenças febris agudas, a Fiocruz realiza o acompanhamento de casos suspeitos para caracterizar o perfil clínico e epidemiológico e identificar as principais arboviroses circulantes no estado.
No período de 10 de janeiro a 06 de fevereiro deste ano, foram analisadas 452 amostras de pacientes atendidos na rede pública de saúde de Porto Velho (RO), no Cepem-Sesau e nas policlínicas Ana Adelaide e José Adelino, abrangendo diferentes regiões do município.
Todos os pacientes apresentavam quadro suspeito para doença febril aguda. Do total de amostras processadas para o período, 221 foram caracterizadas como positivas, sendo 22 para dengue (DENV-1) e 199 para oropouche (OROV).
Os estudos são coordenados pelo Laboratório de Virologia Molecular, em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa-Porto Velho), com a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz e com o Centro de Pesquisa em Medina Tropical de Rondônia (Cepem-Sesau).
Coordenadora do estudo, Deusilene Vieira acredita que este trabalho é importante para o entendimento do perfil epidemiológico e molecular para o acompanhamento dos casos, especialmente quando se tem um resultado expressivo de pacientes confirmados para o vírus oropouche, uma infecção que se confunde com a dengue pelos sintomas apresentados.
Segundo a pesquisadora, “em um cenário de limitações no rastreio das arboviroses, a inclusão do diagnóstico para oropouche e mayaro não apenas amplia a capacidade diagnóstica e o acesso da população à saúde pública, mas também facilita a avaliação de casos febris agudos de origem desconhecida, permitindo que gestores públicos avaliem as ações de controle e vigilância em suas localidades”.
Para dar reforço ao diagnóstico de doenças febris agudas causadas por arbovírus na região, a Fiocruz Rondônia ampliou parcerias com Secretaria Municipal de Saúde de Humaitá, município localizado ao sul do Amazonas.
Em Humaitá, a Fiocruz Rondônia realizou capacitação com profissionais da saúde no dia 30 do último mês, focando especialmente nos vírus mayaro e oropouche e as suas características clínicas em relação a outras arboviroses consideradas endêmicas na Amazônia. Foi realizada ainda busca ativa em comunidades rurais do município nos distritos de Cristolândia e Realidade, e coleta de amostras biológicas de pacientes com suspeita para arboviroses.
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