Apóss de ser convocado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento esclarecimento da suposta organização criminosa para a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crimes deflagrados na Operação Tempus Veritatis, os advogados de defesa o Bolsonaro (PL), comunicaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (19), que o ex-mandatário não vei prestar depoimento sem que o jurídico tenha acesso ao processo das conversas encontradas nos celulares apreendidos pelos agente federais.
A declaração foi de Paulo Amador Cunha Bueno, advogado que está à frente do processo. Paulo deixou claro que as mensagens são ‘fundamentais’ para que o ex-presidente tenha direito de defesa.
Na contestação enviada ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, a defesa argumentou que “Em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário (Bolsonaro) opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos.”
Bolsonaro foi convocado para comparecer na PF na próxima quinta-feira (22), para prestar depoimento sobre a trama de tentativa de golpe no pleito de 2022. Além dele, o ex-ajudante de ordens, coronel Marcelo Costa Câmara, também foi convocado.
A princípio, a defesa considerava solicitar o adiamento do depoimento, porém, os advogados decidiram que Bolsonaro não prestará depoimento até ter acesso completo aos documentos. Alegam que, apesar dos pedidos, o ex-presidente ainda não recebeu toda a documentação da investigação, ficando sujeito a “críticas e pré-julgamentos sem condições mínimas de formalizar qualquer resposta, diante da cegueira que lhe foi imposta.”
Bolsonaro teve o passaporte confiscado pela PF durante o inquérito. Uma peça-chave contra o ex-presidente é uma conversa encontrada no celular do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-aide-de-camp, que fechou acordo de delação premiada. As mensagens trocadas entre Cid e o general Marco Antônio Freire Gomes, chefe do Exército em dezembro de 2022, apontam que Bolsonaro teria editado um texto de um decreto golpista para anular o resultado das eleições e prender o ministro do STF.
A investigação descobriu uma gravação de uma reunião de julho de 2022 entre Bolsonaro, ministros e auxiliares em um computador apreendido com Cid. Na ocasião, o presidente se pressionava seus aliados contra o resultado das urnas.
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