sábado, novembro 23, 2024

Ministério da Saúde realiza seminário para criação do memorial da pandemia de Covid-19

No futuro, o memorial deve abrigar, em suas instalações, uma exposição de longa duração que relate todos os episódios marcantes da pandemia, desde as primeiras notícias ao lockdown

No Brasil, mais de 700 mil vidas foram perdidas durante a pandemia da Covid-19, uma das maiores emergências sanitárias que o mundo já viveu. Para transformar o momento de dor em memória, homenagem e aprendizado, o Ministério da Saúde realiza, nesta segunda (11) e terça-feira (12), um seminário para concepção e criação do Memorial da Pandemia de Covid-19.

A atividade acontece no auditório Embaixador Wladimir Murtinho, no Palácio Itamaraty, exatamente quatro anos após o decreto de estado de pandemia em relação ao coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O memorial vai oportunizar uma reflexão sobre a importância do conhecimento e da ciência atreladas a uma política de bem-estar social e de combate às desigualdades.

O objetivo do seminário é promover um debate entre especialistas, autoridades e profissionais de diversas áreas, que atuaram no combate ao negacionismo e às fake news durante a pandemia. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, vai reunir personalidades como o comunicador digital Felipe Neto, a empresária Luiza Trajano, o médico Drauzio Varella, a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, além dos senadores Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, que farão participações ao longo do evento.

O encontro será um momento de reflexões sobre como o mundo respondeu à pandemia, com a ciência unida para criação de uma vacina que salvou milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que cada país se deparou com uma forte onda negacionista. O seminário vai reforçar a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto serviço de garantia do direito à saúde, permitindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população.

No Brasil, a gestão política à frente do governo corroborou para discriminar a nova vacina, causando prejuízos que custaram vidas, além de colaborar com a divulgação de notícias que confundiram a população. Sociedade civil, movimentos sociais, pesquisadores, estados e municípios, se uniram, então, diante de uma gestão negacionista que afrontou garantias constitucionais e não protegeu os direitos humanos. Neste sentido, a comunidade científica brasileira teve fundamental importância para reforçar a vacinação no país e endossar as medidas que estavam sendo indicadas pela OMS para salvar vidas.

Relembrando este cenário, o seminário do Ministério da Saúde vai contribuir para a constituição de um plano museológico estratégico e um edital público para escolha do monumento que vai abrigar o Memorial da Pandemia de Covid-19, permitindo que artistas, arquitetos e outros profissionais se engajem na proposta. O edital apontará o melhor local para construção do memorial. Este será um espaço para visitas da população, buscando trabalhar junto à comunidade a transversalidade de temas como saúde, ciência, educação, cultura e meio ambiente. Um ato de reparação e memória, em uma sinalização da importância da busca por justiça.

No futuro, o memorial deve abrigar, em suas instalações, uma exposição de longa duração que relate todos os episódios marcantes da pandemia, desde as primeiras notícias ao lockdown, os estudos científicos para o conhecimento do vírus e as mortes, mas também os momentos de êxito e descoberta como as primeiras vacinas, o mapeamento genético do vírus, as ações de solidariedade para disseminação das melhores práticas sanitárias e do combate à fome e ao desemprego, até o avanço das soluções digitais para  iniciativas médicas, sociais e culturais.

A expectativa dos organizadores é de que o memorial será um espaço de superação, de destaque da ciência, da força do SUS, de solidariedade e uma oportunidade de estimular a reflexão dos visitantes sobre a saúde e o mundo que queremos construir juntos, na ampliação do horizonte temático sobre a “Saúde no Futuro”. A ideia é que o Memorial da Pandemia de Covid-19 seja um museu vivo e em constante mutação.

 

 

Fonte: Ministério da Saúde

Ilustração: Marcus Reis

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