sexta-feira, novembro 22, 2024

HPV: saiba a melhor maneira de prevenir o câncer que mata uma mulher por hora no Brasil

No país, o câncer de colo do útero é o 2o que mais mata mulheres entre 20 e 49 anos

O câncer de colo de útero é uma doença grave, causado pelo Papilomavírus Humano, ou como é mais conhecido, HPV. Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são provocados por ele. Existem mais de 150 tipos conhecidos desse vírus, sendo a maioria inofensiva.

O HPV, especificamente dois deles: tipo 16 e tipo 18, está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe.

O câncer de colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres. Em 2018, cerca de 72 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e 34 mil morreram pela doença nas Américas. Mundialmente, mata mais de 300 mil mulheres por ano, sendo 80% em países de baixa e média renda – números alarmantes, especialmente considerando que existe uma forma eficaz de prevenção.

Esse tipo de câncer começa quando a mulher contrai alguns tipos de papilomavírus humano, que podem fazer com que as células normais do revestimento do colo do útero se tornem anormais ou lesões pré-cancerosas. Essas lesões são geralmente detectadas no exame de Papanicolau e, se não forem tratadas, podem se tornar cancerosas.

Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano.

Estudos indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Além disso, não existe um tratamento específico contra o HPV e ainda que sejam tratáveis, as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças graves. A transmissão ocorre por via sexual e pode acontecer mesmo sem penetração.

As primeiras manifestações surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção que, na maioria dos casos, é assintomática. Além disso, bebês também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.

A melhor forma de prevenir é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar – o imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões que causam o câncer de colo do útero.

A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil, pois mesmo com a disponibilidade da vacina, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas 57% e, nos meninos, não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a doença é uma cobertura de 90%.

O principal motivo da baixa procura pela vacina é a desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e a segurança do imunizante, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de vacinação.

Desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.

As vacinas previnem doenças, pois induzem imunidade no corpo sem que este fique doente, diferentemente dos medicamentos, por exemplo, que tratam as doenças resultantes das infecções. Estima-se que a vacinação ajude a salvar 3,5 milhões de vidas por ano.

O uso adequado de preservativos também é um eficiente aliado, pois diminui o risco de exposição. Porém, não elimina a possibilidade de infecção por um dos tipo do HPV. Portanto, a prevenção de infecções pelo HPV deve combinar vacinação e avaliação médica regular (exames).

As vacinas contra o HPV estão disponíveis em clínicas particulares ou através do SUS para populações específicas, fale com o seu médico para conferir a disponibilidade das vacinas.

Programa Nacional de Imunização (PNI): a vacina contra o HPV é disponibilizada para crianças de 9 a 14 anos de idade. Além disso, está disponível para pacientes vítimas de abuso sexual entre 9 e 45 anos de idade. Nos Centros de Referência a Imunibiológicos Especiais (CRIE) a vacinação é disponibilizada para crianças e adultos de 9 a 45 anos de idade vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea e pacientes oncológicos.

A indicação é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, para que homens e mulheres estejam protegidos do vírus desde as primeiras relações e não o transmitam para seus parceiros e parceiras. A vacina contra o vírus HPV recombinante deve ser administrada por suspensão injetável e a  orientação é que seja aplicada em três doses:

– 1ª Dose;
– 2ª Dose: dois meses após a primeira;
– 3ª Dose: seis meses após a primeira.

– A vacina é indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos de 9 a 14 anos. A imunização deve acontecer, preferencialmente, entre 9 e 14 anos, quando é mais eficaz, segundo o Ministério da Saúde;
– Pessoas com HIV positivo;
– Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 45 anos.

 

 

 

 

Fonte: Biblioteca Virtual de Saúde / Pode Acontecer – MDS

Ilustração: Marcus Reis

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