As movimentações políticas vão se intensificar nos próximos dias e os pré-candidatos têm até o último segundo da semana para firmar alianças. Isso porque no próximo sábado, 20 de julho, inicia o período em que os partidos vão realizar as convenções partidárias e oficializar os nomes para as eleições de 2024.
Em Manaus, os pré-candidatos “correm contra o relógio” para definir os vices, as legendas e os apoios políticos. Em alguns casos, o apoio de partidos e lideranças políticas já está claro, porém outros pré-candidatos ainda aparecem isolados no fim da pré-campanha. Ou seja, os últimos sete dias até as convenções devem ser agitados nos bastidores da política.
A responsabilidade pela definição da data das convenções é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste ano, estão programadas para ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto, de forma presencial, híbrida ou online.
Até o momento, oito nomes se apresentaram como pré-candidatos a prefeito de Manaus: Amom Mandel (Cidadania), David Almeida (Avante), Roberto Cidade (UB), Capitão Alberto Neto (PL), Marcelo Ramos (PT), Maria do Carmo Seffair (Novo), Wilker Barreto (Mobiliza) e Natália Demes (PSol).
Levando em consideração o arco de apoio, o pré-candidato Roberto Cidade (UB) é o que tem maior número de partidos aliados, além do apoio político do governador Wilson Lima (UB). Até então, a chapa do União Brasil conta com Podemos, PMB, Progressistas, PRD e PSB.
Embora o União Brasil já tenha uma ‘estrutura política definida’, o governador Wilson Lima ainda tenta firmar alianças com o Partido Liberal, que tem como pré-candidato Alberto Neto. Na semana passada, o governador e presidente do UB no Amazonas, Wilson Lima, esteve articulando com líderes do PL – que tem como principal figura política o ex-presidente Jair Bolsonaro -, entre eles o presidente nacional Valdemar Costa Neto.
Outra questão que destaca a chapa do União Brasil é a determinação da sigla de que os filiados não podem apoiar pré-candidatos ou candidatos de outros partidos. Essa decisão afeta o deputado Saullo Vianna (UB), que não demonstrou apoio à pré-candidatura de Roberto Cidade, mas manifestou aproximação com o pré-candidato David Almeida.
Fora do grupo do governador Wilson Lima, o pré-candidato à reeleição David Almeida, além de ainda precisar selecionar o vice, também está em busca de alianças políticas nos últimos segundos, conforme informações dos bastidores.
David Almeida tem dois fortes nomes da política amazonense ao seu lado: os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB). Com a maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) integrando sua base, o atual gestor tem o apoio, além do Avante, PSD e MDB, do DC e Agir.
Conforme apontam os bastidores políticos, David Almeida ainda tenta formar aliança com o partido Republicanos, que tem como líder o deputado Silas Câmara. Porém, até o momento, o parlamentar ainda não sinalizou qual pré-candidatura pretende apoiar, mas os ‘sinais’ apontam para David Almeida, uma vez que os três vereadores da sigla na CMM integram a base do prefeito.
Outro pré-candidato que tem dialogado com os partidos e tentando trazê-los para o seu arco de alianças é Marcelo Ramos. O nome do PT já tem o apoio do PV e PCdoB, que formam a federação, além do partido Rede e, recentemente, Ramos conseguiu “tirar” o PDT do arco de Roberto Cidade.
Em busca de aliados, na última semana, Marcelo Ramos afirmou que acredita que os senadores Omar Aziz e Eduardo Braga devem apoiar sua futura candidatura antes do primeiro turno.
“Acredito que existe a possibilidade de os senadores Omar e Eduardo Braga me apoiarem ainda no primeiro turno. Muitas coisas podem acontecer até o dia da eleição. Agora é que as coisas começarão a se definir”, disse ele.
Vale lembrar que antes de se filiar ao PT, Marcelo Ramos era filiado ao PSD, partido liderado pelo senador Omar Aziz.
Caminhando sozinhos
Apesar das pesquisas eleitorais mostrarem um bom desempenho para o pré-candidato Amom Mandel, ele tem feito um caminho próprio, sem muito diálogo com outros partidos. O Cidadania – partido de Amom – forma uma federação com o PSDB e, de acordo com os bastidores políticos, o nome do vice do pré-candidato deve sair do PSDB.
Desde a definição da pré-candidatura até dias antes das convenções, Amom Mandel tem tido como líder político o senador Plínio Valério. Porém, faltando sete dias para o início das convenções partidárias, o pré-candidato ou a federação ainda não informaram se irão caminhar com outro partido, o que indica que devem permanecer com os objetivos internos da federação.
Outro pré-candidato que também demonstra estar caminhando sozinho é Alberto Neto com o PL. Isso porque a sigla se destaca como ‘única’ da direita conservadora e que carrega os pontos do bolsonarismo.
Mesmo com os rumores de que o pré-candidato do PL desistiria de ser cabeça de chapa, o partido continua mantendo o nome de Alberto Neto, uma vez que a nacional do PL tem o objetivo de formar o maior número de prefeitos e vereadores, já com o objetivo nas eleições presidenciais de 2026.
No entanto, nos últimos dias, Alberto Neto detalhou que trocou diálogo com a pré-candidata do Novo, Maria do Carmo Seffair, e levantou a possibilidade de ambos formarem uma chapa, com ele disputando o cargo majoritário.
“Nacionalmente, o Novo está muito alinhado com o Partido Liberal. No Congresso Nacional, os dois partidos são a única oposição do governo federal”, alegou o pré-candidato.
Isolados
Sem definição sobre a aliança com o PL, Maria do Carmo Seffair manteve a pré-candidatura até o momento e deve disputar o pleito como cabeça de chapa pelo Novo.
Desde que colocou o nome à disposição, Maria do Carmo já foi apontada como vice de Amom Mandel e, recentemente, de Alberto Neto. Ao O Convergente, a pré-candidata do Novo destacou que pretende disputar o pleito para o cargo majoritário, antes de haver articulações com o PL.
“O partido está aberto a coligações em Manaus e no Amazonas, mas que ela será a cabeça de chapa. Não há interesse em alianças para vice-candidata”, informou na época.
Na “lanterna” da disputa estão Natália Demes e Wilker Barreto. Até o momento, ambos se posicionaram contra a atual gestão do prefeito David Almeida, porém não há registros ou informações de que os mesmos foram procurados por outras siglas, se realizarão uma campanha ‘isolada’ ou se irão desistir das candidaturas e passarão a apoiar outros nomes.
O que são as convenções?
Cada partido estabelece as regras para a realização das convenções, determinando quem pode votar e quem pode se candidatar durante essas reuniões internas. Os votos e as indicações são feitos através de formulários fornecidos pela direção do partido, que são preenchidos durante as convenções.
Esses eventos congregam os membros filiados de um partido para discutir questões de interesse partidário, escolher candidatos para uma eleição e aprovar eventuais coligações (união de dois ou mais partidos para disputar eleições majoritárias).
A federação partidária registrada no TSE também pode participar das eleições. Nesse caso, as convenções dos partidos que a compõem devem ocorrer de forma unificada, como se a federação fosse uma única legenda.
*Com informações do OConvergente
