quarta-feira, setembro 18, 2024

Dia Internacional de Nelson Mandela: a data celebra o legado de luta contra o racismo e a desigualdade racial

A data foi instituída pela ONU em 2009, como forma de reconhecimento da contribuição dada pelo ex-presidente da África do Sul à cultura da paz e da liberdade pelas contribuições do líder das ações que levaram a África do Sul, rumo à democracia

É celebrado no dia 18 de julho, o Dia Internacional de Nelson Mandela, a data que marca o aniversário do líder sul-africano e Prêmio Nobel da Paz. Este dia é dedicado a homenagear vida, suas realizações e contribuições da luta contra o apartheid – Sistema de segregação racial entre negros e brancos que perdurou entre 1948 e 1994 no país africano -, além da promover de justiça social e a igualdade racial.

Em 2009, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu que 18 de julho seria o Dia Internacional de Nelson Mandela. Segundo a própria organização, trata-se de um “reconhecimento da contribuição dada pelo ex-presidente da África do Sul à cultura da paz e da liberdade” pelas contribuições do líder das ações que levaram a África do Sul, rumo à democracia.

Babá Thales, Babalorixá e influenciador digital, destaca a relevância de Nelson Mandela para a comunidade preta e a importância de seu exemplo de resistência. “Nelson Mandela nos ensinou que a luta por justiça e igualdade é um compromisso de vida. Ele mostrou que, mesmo nas condições mais adversas, é possível resistir e vencer. Sua coragem e determinação são inspirações eternas para todos nós”, afirma Babá Thales.

Segundo a Enciclopédia Britannica, uma plataforma de dados voltado para a educação do Reino Unido, Mandela desempenhou, em 1952, um papel importante em uma campanha que desafiou a chamada “Lei do passe”, legislação determinava que as pessoas não-brancas portassem documentos (no caso, uma espécie de caderneta) autorizando a sua presença em áreas consideradas “restritas”. Isto é, locais reservados para brancos.

“A importância de Nelson Mandela para as pessoas pretas é imensurável. Ele é um símbolo de que nossa luta por reconhecimento e igualdade é válida e necessária. Mandela nos mostrou que é possível transformar a sociedade através da persistência e do amor ao próximo”, destaca Babá Thales.

Em 1960, depois do Massacre de Shaperville(quando forças policiais atacaram pessoas que protestavam contra o Apartheid, deixando cerca de 250 vítimas, entre mortos e feridos),o líder sul-africano deixou de lado a premissa de não-violência e começou a defender atos de sabotagem contra o governo.

Mandela recebeu treinamento de guerrilha na Argélia, norte da África, e foi um dos fundadores do Umkhonto we Sizwe, braço armado do CNA, segundo a Britannica.

Em 63, Mandela foi levado a julgamento sob acusações de sabotagem, traição e conspiração. Acabou sentenciado à prisão perpétua, tendo escapado por pouco da pena de morte.

Nelson Mandela ficou 27 anos preso e, nesse período, tornou-se o grande símbolo da luta contra o Apartheid, inclusive para a comunidade internacional. Ele foi solto em 1990, quando o sistema de segregação racial foi chegando ao fim, tendo a sua extinção completamente realizada em 1994.

Como informa a Britannica, após sair da prisão, Mandela passou a negociar com o governo uma transição pacífica que substituísse o Apartheid por uma democracia. Ele também recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e, um ano depois, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.

Entre suas medidas como presidente, estão a criação da Comissão da Verdade e Reconciliação (TRC, na sigla em inglês) para apurar violações de Direitos Humanos no período da Apartheid e iniciativas de educação, moradia e desenvolvimento econômico voltadas para a população negra do país. Mandela deixou a presidência em 1999, mas seguiu como uma voz ativa na defesa da paz e da justiça social em todo o mundo.

Nelson Mandela faleceu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos de idade em decorrência de uma infecção pulmonar. O episódio gerou grande comoção em escala nacional e mundial.

“Nelson Mandela dedicou sua vida ao serviço do seu povo e da humanidade, e ele o fez com grande sacrifício pessoal. Sua posição de princípios e a força moral que sustentou foram decisivos no desmantelamento do sistema do Apartheid. Ele ressurgiu, após 27 anos de detenção, sem rancor, determinado a construir uma nova África do Sul com base no diálogo e na compreensão”, declarou, o então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na ocasião da morte do líder sul-africano.

O objetivo da data é um lembrete da necessidade de continuidade da luta contra o racismo e a discriminação. A discriminação racial e a desigualdade permanecem como realidades diárias para pessoas pretas, exigindo um esforço coletivo para erradicar o racismo sistêmico e construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

“Cada um de nós tem o dever de manter viva a chama da justiça e da igualdade que Mandela acendeu. Devemos usar sua vida como inspiração para combater o racismo em todas as suas formas e trabalhar incansavelmente por um futuro melhor para as próximas gerações”, conclui Babá Thales.

 

 

 

 

 

 

Com informações da Enciclopédia Britannica e Nathional Geography*

Ilustração: Marcus Reis

Leia mais: Impacto da crise climática nas populações vulneráveis e racismo ambiental são assuntos na Câmara dos deputados

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