sábado, novembro 23, 2024

Falta de informações: Prefeitura não divulga detalhes sobre gastos com cachês de artistas no ‘Sou Manaus’

Serão 15 atrações nacionais que vão se apresentar no evento, porém, até o momento, o prefeito David Almeida não informou se o cachê será pago pela Prefeitura ou por patrocinadores

No último ano da gestão de David Almeida (Avante), o festival “Sou Manaus 2024” vai contar com shows de grandes artistas nacionais, que cobram cachês variados que vão de R$ 70 mil a R$ 900 mil. Apesar dos shows gratuitos para a população, é importante consultar os gastos que será feitos com o evento, porém, a Prefeitura de Manaus, até o momento, não deu detalhes sobre.

No ano anterior, o prefeito David Almeida afirmou que o evento contava com diversos patrocínios e, com isso, a Prefeitura de Manaus não arcaria com todos os custos. Vale lembrar que a grande atração de 2023 foi o DJ internacional David Guetta.

Este ano, o festival ocorrerá em setembro, porém, até o momento, informações sobre como o dinheiro será gasto ou detalhes dos pagamentos dos cachês de artistas ainda não foram divulgados pelo prefeito David Almeida.

O Convergente fez uma apuração detalhada pelo Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus. Foram consultadas as licitações, inexigibilidade e licitações, despesas e até mesmo receitas – baseado nas últimas atualizações. Porém, gastos com os cachês dos artistas 15 artistas nacionais que se apresentarão no evento não foram divulgados.

A equipe de reportagem também buscou informações nas publicações do Diário Oficial do Município, mas, novamente, nada foi encontrado. No entanto, uma publicação de abril de 2024 faz a convocação para empresas privadas que queiram entrar como patrocinadoras do Sou Manaus.

Essas empresas tem a oportunidade de serem patrocinadoras com valores que vão de R$ 50 mil a R$ 1 milhão. Em diferentes pacotes, a Prefeitura de Manaus dividiu os patrocinadores em 6 tipos, e os mesmos podem ganhar stands e acesso ao front stage, e até mesmo lounge exclusivo. Vale ressaltar que o processo ainda está aberto e o anúncio dos patrocinadores do evento será feito apenas em agosto.

Apesar disso, não há informações se os valores que serão investidos pelos patrocinadores serão aplicados para o pagamento dos artistas nacionais do Sou Manaus.

Vale destacar que O Convergente buscou contato com a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos – Manauscult, pasta comandada por Jender Lobato, e questionou os valores dos 15 artistas e de como os cachês serão pagos. Passados 7 dias, ainda não houve retorno.

Valores

Em pesquisa, O Convergente buscou informações a respeito dos valores cobrados pelos 15 artistas nacionais que foram anunciados pelo prefeito David Almeida, e que devem se apresentar no evento. Os valores variam entre R$ 70 mil a R$ 900 mil.

O cachê mais alto é do cantor Wesley Safadão, que cobra em um único show o valor de R$ 900, de acordo com a pesquisa feita pelo O Convergente. O mais baixo seria do funkeiro MC Ryan SP, que cobra R$ 70 mil por show.

O valor total que pode ser gasto somente com o cachê das 15 atrações nacionais deve girar em torno de R$ 4,6 milhões. Vale destacar que o preço final foi baseado nas pesquisas on-line, uma vez que os valores oficiais não foram divulgados pela Prefeitura de Manaus.

Confira os valores de cada artista baseado na pesquisa do O Convergente:

– Luan Santana: R$ 500 mil
– Wesley Safadão: R$ 900 mil
– Luísa Sonza: R$ 100 mil
– Lorena Simpsons: não encontrado
– João Gomes: R$ 500 mil
– Alok: R$ 680 mil
– Matuê: R$ 150 mil
– MC Ryan SP: R$ 70 mil
– Pitty: R$ 250 mil
– Pixote: R$ 80 mil
– Manu Batidão: R$ 500 mil
– Titãs: R$ 350 mil
– Capital Inicial: R$ 150 mil
– Maneva: R$ 190 mil
– Xitãozinho e Xororó: R$ 250 mil

Polêmicas em 2023

A realização do ‘Sou Manaus’ em 2023 foi cercada por polêmicas. Faltando poucos dias para a realização do evento, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) suspendeu a venda de ingressos para o evento após denúncias de falta de transparência.

Na decisão monocrática, o conselheiro Josué Cláudio considerou a probabilidade do direito invocado e o perigo da demora, decidindo favoravelmente à medida cautelar, determinando que a Prefeitura de Manaus fosse notificada a apresentar documentos relevantes ao evento, no prazo de 24 horas, sob pena de suspensão da realização do evento.

Um dia após a decisão, a Prefeitura de Manaus recorreu ao TCE-AM, que autorizou a retomada da venda de ingressos. A decisão foi dada em uma reclamação para preservação do direito de defesa, ingressada pela Prefeitura de Manaus via Manauscult.

Já neste ano, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) iniciou uma investigação para examinar possíveis condutas impróprias na contratação de uma empresa pela Prefeitura de Manaus.

A investigação foi originada após uma denúncia recebida pelo órgão, em que informou que a empresa vencedora já estaria envolvida na organização do evento antes mesmo da publicação do edital de patrocínio Master.

Outro lado

Novamente, O Convergente entrou em contato com a Manauscult, além de também solicitar informações da Prefeitura de Manaus a respeito dos gastos com artistas no Sou Manaus. Apesar do contato, ambas as assessorias não retornaram até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos futuros.

*Com informações do O Convergente

Leia mais: Negado: David tenta, mas Justiça Eleitoral impede divulgação de campanha da prefeitura

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