Mediante a crise política estabelecida na Venezuela desde as eleições presidenciais que ocorreram no dia 28 de julho, os governos do Brasil, da Colômbia e do México enviaram um comunicado conjunto, na tarde desta quinta-feira (1), onde afirmam que solução para a crise política na Venezuela deve ser buscada pela transparência institucional.
“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”. escreveram.
A reeleição de Nicolás Maduro, que está no poder há 8 anos, tem levantado especulações de fraude, além de protestos entre os cidadãos venezuelanos. Isso porque de acordo com a Justiça Eleitoral da Venezuela, Maduro venceu por cerca de 52%, apesar de pesquisas eleitorais apontarem a vitória do candidato da oposição, Edmundo González, com 70% dos votos.
Desde então, o clima político no país tem sido marcado por manifestações fervorosas dos venezuelanos, que inclusive, chegaram a derrubar estátua de Hugo Chavez, antecessor de maduro em um dos protestos. A oposição também tem feito duras críticas ao processo eleitoral, afirmando que Edmundo González é o legítmo presidente eleito.
Os três países alertam que a justiça eleitoral venezuelana “avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”. Apelam ainda para que ambos os lados da disputa tenham cautela em suas manifestações para que se evite uma escalada de violência.
Veja o comunicado:
“Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.”
Foto: Reprodução / Frederico Parra / AFP
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