Na sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), desta segunda-feira (12), os vereadores repercutiram a fumaça que encobriu Manaus durante os últimos dias e, com isso, houve uma piora na qualidade do ar na capital amazonense.
Logo no início da sessão, o vereador Rodrigo Guedes (PP) subiu na tribuna para falar sobre a pauta. De acordo com ele, é necessário que as três esferas das autoridades – federal, estadual e municipal – se unam para buscar soluções para o problema.
“Bem antes do que poderíamos de imaginar, ou do que não gostaríamos de imaginar e sentir, mais uma vez Manaus assolada de fumaça. É certo que isso não é só responsabilidade de um dos entes da federação […], esse momento não é momento de fazer política. Precisamos que os três entes federativos, governo federal, estadual e municipal, prefeitura de Manaus e interior, façam uma ação em conjunto”, disse.
O vereador ainda cobrou a bancada federal do Amazonas para que os deputados federais e senadores possam buscar soluções junto ao governo federal.
“Não podemos esperar que a situação piore, que temos uma deterioração da qualidade do ar para ter uma ação efetiva do poder público. Cobramos o governo federal e a bancada federal para que, simplesmente, a gente combata esse problema. Não é só combater a estiagem, que é importante também, mas a fumaça está aí”, comentou.
Logo em seguida, o vereador Raulzinho (PSD) também se posicionou sobre o assunto e pontuou que as queimadas são feitas por ação humana. O parlamentar ainda ressaltou que o momento de preocupação não pode ser utilizado para fazer política e disse que irá solicitar uma audiência pública com as autoridades para frearem os problemas causados pelas queimadas.
“Não podemos transformar o fumacê da cidade de Manaus em questão política. Temos que nos unir para que possamos de alguma forma contribuir e ajudar. Mas é importante frisar que os maiores causadores dos problemas são os próprios seres humanos. É notório que as queimadas são feitas por seres humanos […]. Vou pedir ao meu gabinete que possa fazer uma audiência pública solicitando a presença de todos esses entes”, afirmou.
Em seguida, o vereador Isaac Tayah (MDB), ainda reforçou a importância de debater o assunto no plenário, uma vez que, além das queimadas, os problemas causados pela fumaça podem ser prejudiciais à saúde da população.
“Isso é importante, porque estamos tendo de novo a fumaça. É importante trazer para o plenário essa discussão, vamos ter de novo, igual ano passado, pessoas que tiveram que fazer o uso de umidificador para se proteger da fumaça […]. Sabemos que a estiagem vai trazer de novo essa fumaça, e o que me preocupa é o final disso: procurar os pronto socorros e não conseguir atendimento, devido ao grande número de pessoas que vão ter doenças”, avaliou.
Diferente dos outros vereadores, William Alemão (Cidadania) lembrou que não se pode culpar os agricultores amazonenses que precisam queimar uma porcentagem do solo para reforçar.
“Não existe hoje crucificar o nosso caboclo ribeirinho por causa das queimadas […]. O nosso caboclo se aproveita da queimada para fortificar o solo, e aí, muitos colocam a culpa no nosso caboclo ribeirinho que não tem acesso a quase nada. Onde estão os milhões que tem no governo federal, estadual e municipal para ajudar a agricultura familiar? […] É fácil falar que a culpa das queimadas em Manaus é culpa do caboclo, do ribeirinho, quando ele está tentando alavancar a família”, disse.
Qualidade do ar
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), a principal causa são as queimadas no Sul do Amazonas. Na última quinta-feira (8), os indicadores da qualidade do ar em Manaus já mostravam uma possível crescente no nível de poluição.
Segundo a Plume Labs, a qualidade do ar ainda era considerada como aceitável para a maioria das pessoas. Mas, grupos mais sensíveis ou com problemas respiratórios já poderiam demonstrar sintomas leves a moderados em caso de exposição prolongada.
Nesta segunda-feira (12), os marcadores da The Wheater Channel, apontam a qualidade do ar com índice de poluição por PM2.5 (Partículas inferiores a 2,5 microns) em 165, considerado como insalubre, podendo causar efeitos na saúde de todos os grupos. Membros de grupos sensíveis podem sentir efeitos mais graves e devem atentar-se para as recomendações e cuidados com saúde respiratória.
*Com informações do O Convergente
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